Diversidade
Evento reúne transgêneros na praça Coronel Pedro Osório
A tarde foi de troca de vivências, experiências e histórias de vida
Carlos Queiroz -
Um encontro, marcado via redes sociais, atraiu o público transgênero e simpatizantes de Pelotas e região na tarde deste domingo (12). Reunidos na sombra das árvores, a tarde foi de troca de vivências, experiências e histórias de vida. Entre as ações pensadas no evento, uma é criar uma liga e um coletivo para representá-los na luta contra o preconceito e por garantia de direitos. Em tom de conversa informal, participantes puderam tirar dúvidas de como alterar o nome social em documentos, por exemplo, além de compartilhar histórias de discriminação e desrespeito enfrentados no cotidiano da região.
O estudante secundarista Adan Castro, 17, conhecia o redutor de danos Diego Hartwig, 19. Ambos tiveram juntos a ideia de reunir num final de semana o público trans de Pelotas e da região. "É importante pra gente se encontrar, saber o que se passa com cada um", disse Adan. Esta abertura para conversar não é prática comum entre a categoria, segundo Alan. Por isso foi criado o evento, que tinha mais de 70 pessoas confirmadas na rede social. Hartwig foi o primeiro cidadão de São Lourenço do Sul a alterar o nome social. Ele explica que o evento era para homens e mulheres trans. "A gente convidou de uma forma geral, pra não excluir ninguém", disse Diego.
"O Rio Grande do Sul é o estado com menor índice de violência contra o público trans", afirmou Cassiany Teixeira, 25. Ela é a 1ª Princesa LGBT de Pelotas e representante da Rede TransBrasil na cidade. Ainda de acordo com Cassiany, em Pelotas não há registros de agressões físicas contra transgêneros. Entretanto, muitos casos de vulnerabilidade são omitidos ou sequer são registrados na polícia. Por esses motivos, o movimento precisa ser fortalecido e ganhar visibilidade, segundo Cassiany. Ela também falou do Decreto Estadual nº 48.118, de 27 de junho de 2011, que instituiu a carteira de identidade com nome social para travestis e transexuais no RS expedida pelo Instituto Geral de Perícias (IGP). Cassiany foi a primeira trans com identidade social em Pelotas. O nome social é aquele que travestis ou transexuais se identificam ou são identificados pela sociedade.
"Se eu soubesse disso, poderia ter uma vida melhor há muito mais tempo", disse Lucas Tavares, 25, que estuda na Universidade Federal de Pelotas (UFPel). Com os outros participantes do evento, Lucas conseguiu tirar dúvidas de como fazer o procedimento. A Carteira de Nome Social consta o prenome utilizado e é utilizado para tratamento nominal nos órgãos do Poder Executivo do RS e traz o decreto no verso. "Pra garantir, qualquer coisa é só virar o documento", concluiu Lucas.
Dados de 2016 no Brasil levantados pela Rede TransBrasil, rede nacional de pessoas trans:
- 144 homicídios,
- 52 tentativas de homicídios,
- 12 suicídios
- 54 violações de direitos humanos.
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