Ciclone
Fenômeno foi atípico, mas deve se repetir até o fim do inverno
Massa de ar polar causa declínio de temperatura e tempo seco e meteorologia não descarta outros ciclones
Foto:Jô Folha - DP - Situação na manhã desta quinta erade destruição
Com o afastamento do ciclone extratropical para o alto mar, a Metade Sul do Estado não deverá registrar mais rajadas de vento intensas e volumes de chuva significativos. O fenômeno dá lugar para a chegada de uma massa de ar polar que começa a derrubar bruscamente as temperaturas a partir desta sexta-feira (14). Com risco de geadas, o frio intenso deverá predominar até a próxima quarta-feira. Apesar de não ser uma previsão para os próximos dias, outros eventos como o ciclone devem ocorrer novamente.
Conforme, Fernando Rafael, da Sigma Meteorologia, o evento que atingiu o Estado nesta quinta foi o mais intenso e o que ocasionou mais transtornos para a Região Sul desde 2016. Em Rio Grande, durante a madrugada, as rajadas de vento atingiram a 140 quilômetros por hora, já em Pelotas chegou a 104 quilômetros por hora. A intensidade da ventania de madrugada foi ocasionada devido à movimentação de deslocamento do fenômeno para o mar.
Como explica o meteorologista, os ciclones se formam em razão da diferença de temperaturas e das trocas de massas de ar, ocorrência que é maior devido a influência do El Nino (aquecimento das águas do Pacífico). “Ele foi um ciclone atípico, uma vez que o centro de baixa pressão dele foi bastante profundo”, explica. Já com o distanciamento do ciclone, os fortes ventos dão lugar a massa de ar seco e frio vinda da Argentina e do Uruguai. “São condições para geada até a semana que vem”, diz.
Nos próximos dias, o tempo na Zona Sul deverá permanecer firme a partir desta sexta e no sábado já haverá possibilidades de registro de geada, com a temperatura próxima de zero. “O ciclone sempre está conectado com uma frente fria que vem após o fenômeno”, comenta Rafael.
Incidência frequente
Em razão do fenômeno El Niño estar ganhando intensidade no Oceano Pacífico, a frequência maior de tempestades intensas e a ocorrência de outros ciclones será realidade até o final do inverno. “Embora a curto prazo, dentro de dez a 15 dias, não esteja previsto outro ciclone, certamente novos episódios de tempestades irão ocorrer nas próximas semanas”, aponta o meteorologista.
Situação de vulnerabilidade
Embora o evento mais preocupante tenha passado, os estragos permanecem e o atendimento às pessoas em situação de vulnerabilidade social são constantemente necessários, ainda mais com o declínio intenso de temperaturas. De acordo com o secretário da Assistência Social (SAS), Tiago Bündchen, 68 pessoas em situação de rua foram acolhidas na Casa de Passagem durante a noite de quarta-feira, assim como seus animais de estimação, e a maioria permaneceu no local durante todo o dia.
O gestor aponta ainda que apesar de nenhum morador ter ficado desabrigado, a secretaria registrou 60 pedidos de ajuda em razão de destelhamentos. “Muitas pessoas ainda estão pedindo ajuda porque estavam sem luz, telefone e internet e recém agora estão conseguindo se comunicar”, diz.
Neste sentido, tanto para atender as pessoas em vulnerabilidade social quanto para quem teve sua residência atingida, a SAS está recolhendo principalmente doações de roupas masculinas e infantis, cobertores e colchões. "Já solicitamos também à Defesa Civil do Estado colchões porque quando há destelhamento geralmente estes itens molham e as pessoas acabam precisando e é um item raro porque poucas pessoas doam.”
Para doar
As doações podem ser realizadas na sede da Secretaria de Assistência Social, na rua Marechel Deodoro, 404, em pontos do Aquecepel (é possível consultar os locais no site da Prefeitura) e na Casa de Passagem, na rua Dona Darci Vargas, 2012
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