Previsão
Ciclone passa, mas atenção permanece diante de alagamentos e frio
Volume de chuvas deve elevar nível do São Gonçalo nos próximos dias e Pelotas se prepara para responder a possíveis efeitos
Foto: Carlos Queiroz - DP - Ocrrência de ciclones é maior devido a influência do El Niño
Mesmo com a previsão de que o tempo fique firme nos próximos dias, o ciclone extratropical que atingiu o Rio Grande do Sul desde quarta-feira pode continuar causando impactos em Pelotas nos próximos dias. Diante do volume elevado de chuva que caiu sobre a região, a Prefeitura já prospecta a possibilidade de o nível do São Gonçalo subir à medida em que os diversos rios da região deságuem no canal.
Segundo a prefeita Paula Mascarenhas (PSDB), o Colégio Municipal Pelotense será preparado para caso seja necessário abrigar famílias que residem às margens do São Gonçalo e ocorra transbordamento, com a água chegando até as casas. De acordo com o Sanep, na manhã de ontem o nível do canal estava em 1,35 metro acima do nível normal. À tarde, houve recuo e a última medição do dia indicava 85 centímetros.
“Estamos nos preparando porque não podemos ser pegos de surpresa. Isso depende não apenas do volume de chuvas, mas também da direção dos ventos, coisas que mudam em poucas horas. Pode não acontecer, a gente não quer causar pânico na população”, pondera a prefeita. “Não tem como prever quantas pessoas seriam atingidas. A gente já tem pessoas atingidas por alagamentos no Pontal da Barra e nas Doquinhas, mas nenhum desabrigado. As pessoas optaram por ficar em casa ou ir para a casa de parentes”, completa.
Próximos dias serão de frio
A meteorologista Camila Cardoso explica que a prevenção é válida diante do cenário, somado ao mar agitado que pode contribuir para a elevação do canal, a posição dos ventos também será determinante nesse caso. Ela prospecta que os próximos dias devem ter queda nas temperaturas e tempo firme. O amanhecer do sábado deve ser o mais gelado na região, com temperaturas por volta dos 2°C, em alguns pontos até próximo de 0°C.
Segundo Camila, ciclones são comuns, mas o recente teve uma intensidade maior. "Foi uma ampla área de baixa pressão, isso acabou infelizmente trazendo uma série de consequências para o Rio Grande do Sul e Santa Catarina", diz. Para a meteorologista, a presença do El Niño contribui para a frequência maior de ciclones na região sul do Brasil e é possível que novos fenômenos aconteçam nesse inverno, embora seja difícil prever a intensidade.
Com a possibilidade novos ciclones, a prefeita considera necessárias ações de prevenção, com a limpeza dos canais de microdrenagem e macrodrenagem. Ela avalia que a situação atual mostra que a drenagem está sendo eficiente. "Mesmo sem duas casas de bombas, o canal do Big não extravasou porque estava muito limpo. Caso contrário, por muito menos teria extravasado.”
Sobre a previsão de queda de temperatura, Paula afirma que a Casa de Passagem está preparada, mas que, se necessário, a população afetada também poderá ser abrigada no Pelotense. Segundo a prefeita, será formada uma equipe a partir de diversas secretarias para que fiquem de prontidão para atendimento à população.
Abastecimento sofreu impactos
O abastecimento de água também foi impactado durante o ciclone devido a falta de energia elétrica. Segundo o Sanep, a única estação de tratamento que funcionava na tarde de ontem era a Santa Bárbara, que teve a energia restabelecida após horas inativa. Demais estações e reservatórios continuavam sem energia.
A drenagem das águas das chuvas também foi afetada. As casas de bombas do Pontal da Barra e das Doquinhas ficaram sem energia elétrica desde a noite de quarta e ao longo da quinta-feira. A casa das Doquinhas foi reativada de improviso, utilizando motor a diesel. A casa de bombas Leste também sofreu instabilidades, mas voltou a funcionar ainda na manhã desta quinta.
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