Baixas temperaturas

Frio intenso deve permanecer na região até sexta-feira

Causada pelo La Ninã, temperatura baixa dos últimos dias deverá ser ainda mais acentuada em junho. Inverno pode ser mais rigoroso que o último

Carlos Queiroz -

Na madrugada de terça-feira, os serviços de meteorologia registraram as temperaturas mais baixas do ano no Rio Grande do Sul, e também em outras partes do Brasil. A menor mínima no país foi apontada em Pinheiro Machado, na localidade de Curral das Pedras, onde os termômetros marcaram -5,6ºC. Em Herval, a temperatura chegou a -1,2 ºC. Já em Pelotas, a mínima registrada - no interior - foi de -2,6 ºC, com 0ºC na zona urbana.

O frio intenso que chegou antes do começo do inverno, que começa somente na metade final de junho, é causado pelo fenômeno La Ninã, que neste ano está sendo o mais intenso desde 1999, de acordo com a meteorologista Estael Sias.

O núcleo do ar polar, a parte mais intensa, potencializado pelo efeito do La Ninã, ficou entre a Argentina e o Uruguai. Assim, parte deste ar chegou à Metade Sul do Estado. Na Argentina os termômetros marcaram, na última madrugada, o recorde de -15 ºC de mínima. Essa massa de ar polar deverá ficar estagnada ainda nos próximos dias entre os países que fazem fronteira com o Sul gaúcho.

Para a madrugada desta quarta-feira, a promessa era de temperaturas ainda mais baixas do que na terça. Em Pelotas, a perspectiva era de que os termômetros marcassem entre 0ºC e -1 ºC, na zona urbana, e entre -3 ºC e -4 ºC no interior. Já em Pinheiro Machado, o índice deve ser novamente um dos mais baixos, com possibilidade de mínimas entre -5 ºC e -7 ºC. "Esta condição para geada, temperaturas próximas a zero graus e até negativas continua até a próxima sexta-feira, principalmente na Zona Sul do Estado", aponta o meteorologista Fernando Rafael.

No final de semana, o frio diminui e as chuvas podem chegar à região. As temperaturas mais amenas, no entanto, não duram muito. A previsão é de que no início da próxima semana o frio esteja de volta, ainda que com menos intensidade.

"No fim de semana teremos alívio do frio. Máximas de 17ºC no sábado e 18ºC no domingo. Bom pra ir na Fenadoce", destaca Estael, que também destaca: "ainda há risco de geada nas manhãs das próximas quarta, quinta e sexta na região".

Até o momento, os meteorologistas prevêem que, por causa do La Ninã, este inverno deverá ser mais seco, marcado por chuvas ligeiramente abaixo da média. A previsão para os meses da estação é de que o frio em junho seja mais intenso do que o ano passado. Em julho as temperaturas devem ficar na média histórica do mês. Por fim, agosto será mais quente que o normal em comparação a outros anos.

"Em linhas gerais, o inverno vai começar mais frio. A metade dele vai ser mais ou menos dentro do esperado e o final mais quente. E com chuvas um pouco mais irregulares, abaixo da média", avalia Rafael.

O frio e as doenças respiratórias:
Uma das consequências da chegada das baixas temperaturas é o aumento de síndromes respiratórias. Em Pelotas, de acordo com dados da Secretaria de Saúde (SMS), na comparação entre abril e maio, o crescimento da procura por atendimento médico de pacientes com essas síndromes já foi notado. Na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Areal, na primeira quinzena do mês passado, foram registrados 2.526 atendimentos. Já nos primeiros 15 dias de maio, foram 3.897.

A titular da pasta, Roberta Paganini, esclarece que o aumento de casos de síndromes respiratórias, que está ocorrendo em todo o Estado, é frequente neste período do ano, mais próximo do inverno. "Estamos acompanhando com os gestores das estruturas de saúde o quadro no município para conseguirmos, como já temos feito, dar toda a assistência necessária à população". Ela reforça ainda que "a prefeitura emitiu uma nota recomendando o uso da máscara de proteção em ambientes abertos e fechados e, também, solicitando que as pessoas que estejam com sintomas gripais façam o isolamento, independentemente do resultado de teste negativo para coronavírus".

Campanha do agasalho:
No município, de acordo com a Secretaria de Assistência Social (SAS), há 23 mil pessoas em situação de vulnerabilidade que necessitam de doação de agasalhos para passar este inverno. A SAS reforça ainda que, além desse público, a Campanha do Agasalho também precisa atender aos usuários de dez abrigos que acolhem crianças, adolescentes e idosos.

São necessárias roupas masculinas, femininas, infantis, calçados, toalhas, lençóis e cobertas. Para doar basta comparecer à sede da SAS, na rua Marechal Deodoro, 404. Além disso, a equipe pode buscar doações, caso não haja possibilidade de o doador levar. O contato deve ser feito pelo telefone (53) 3309-3600 que as doações serão buscadas, quando possível, dentro da escala de saídas.

As doações podem ser efetuadas também em um dos 13 pontos de recolhimentos espalhados pela cidade

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