Sinistro

Fumaça toma conta de Pelotas

Queimada às margens do Canal São Gonçalo, somada ao vento, fez cidade ficar tapada por fuligem desde quinta-feira, gerando questionamentos

Foto: Carlos Queiroz - DP - Chamas se espalharam pelo entorno do canal São Gonçalo

Por Lucas Kurz
[email protected]

Quem circulou nos últimos dias por Pelotas, especialmente as regiões do Centro, Porto e Simões Lopes, notou o cheiro forte a fumaça e a névoa tomando conta da cidade. A origem é um incêndio que atingiu juncos às margens do Canal São Gonçalo, do outro lado da BR-392, próximo ao quilômetro 61. Segundo o Corpo de Bombeiros, as chamas se iniciaram em uma fogueira mal apagada feita por pessoas que pescavam no local. Com o vento forte e a seca, desde quinta-feira o sinistro se espalhou.

Nas redes sociais, o questionamento cresceu a partir da noite de quinta-feira, quando alunos dos campi da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) passaram a questionar o cheiro forte na zona portuária. Durante o dia, a névoa espalhou-se por outras áreas de Pelotas. O Diário Popular foi ao local do sinistro e conversou com famílias que moram às margens do canal. Com boa parte das construções sendo de madeira, o temor era que as labaredas se alastrassem. Uma tragédia só não ocorreu porque uma vala adjacente ao Canal bloqueava o incêndio, que espalhou-se pela zona de banhado queimando juncos. A família de Iraildes da Silva, por exemplo, estava toda com os olhos vermelhos. Ela destacava a preocupação e o incômodo. "A gente chega a andar chorando", destaca. Já o jovem Alan da Silva destacou a dificuldade de respirar à noite.

Próximo dali, o pescador Luis Stein diz que as queimadas na região são constantes. "Está complicado", lamenta, mostrando a sujeira de fuligem na casa. Ele aponta que vem tendo dificuldade para dormir com o cheiro forte e a preocupação com as chamas. Outro fator é a mãe, de 68 anos, doente, que tem a situação delicada prejudicada ainda mais com a fumaça.

Bombeiros citam dificuldade de acesso
O tenente Gilberto Alves disse que o caminhão dos Bombeiros não conseguiu se aproximar muito do principal foco das chamas devido ao difícil acesso. A prioridade foi controlar, inicialmente, as labaredas próximas às residências. Por isso, não houve nenhum dano à propriedade no local. "E a gente tem esse bracinho da água que protege", relata. Ele diz que, segundo informações coletadas pelas equipes, pessoas que estavam pescando no local não apagaram muito bem uma fogueira, que acabou se espalhando com o vento.

Ele diz que, com as dificuldades de acesso ao banhado, não houve como avaliar quanto de área foi queimada. Ele reforça, também, que o processo de combate, com ventos tão fortes, tende a ser demorado. A estiagem também prejudica, tornando a vegetação no local muito seca.

Névoa de fumaça tomou conta da cidade Foto: Carlos Queiroz - DP


População precisa ajudar

O tenente reforça a necessidade de ser consciente durante os períodos de estiagem, evitando fogueiras, como a que causou o incêndio, ou até mesmo o descarte de bitucas de cigarros na rua.

Via assessoria, a Ecosul informou que, enquanto for necessário, as equipes estarão próximas ao local sinalizando o tráfego. A concessionária faz, também, uma campanha de conscientização pedindo que tanto as comunidades do entorno das rodovias quanto quem circula evite descartes que possam causar incêndios.


Carregando matéria

Conteúdo exclusivo!

Somente assinantes podem visualizar este conteúdo

clique aqui para verificar os planos disponíveis

Já sou assinante

clique aqui para efetuar o login

Pelotas registra 12 novos casos de Covid-19 Anterior

Pelotas registra 12 novos casos de Covid-19

Residentes protestam contra transferência do pronto-atendimento obstétrico do HE Próximo

Residentes protestam contra transferência do pronto-atendimento obstétrico do HE

Deixe seu comentário