Investimento

Governo publica aviso de licitação para nova ponte entre Jaguarão e o Uruguai

Segunda travessia a seco é demandada há mais de 20 anos para melhorar o fluxo de cargas; crescimento exponencial de trânsito sobrecarrega atual ponte

Foto: Douglas Dutra - DP - Travessia tem mais de 419 metros de extensão

Com o aumento crescente do fluxo de cargas nos últimos anos, uma demanda logística histórica da Zona Sul se tornou ainda mais urgente: a construção de uma nova ponte entre Jaguarão e o Uruguai. Após a inclusão do projeto no novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), esta construção está mais próxima de sair do papel. O primeiro passo foi dado nesta quinta-feira (31) após o lançamento pelo Ministério do Transportes do aviso de licitação para as obras da travessia de 419 metros de extensão e mais de 12,7 quilômetros de acessos no lado brasileiro. Somente em 2022, mais de 31 mil caminhões cruzaram a ponte Barão de Mauá.

Conforme o governo federal, a abertura das propostas está marcada para o dia 16 de outubro e o contrato terá duração de quatro anos, mas a realização dos projetos e das obras precisará ocorrer em três anos e meio. A nova ponte contará com um novo terminal aduaneiro. O ministro dos Transportes, Renan Filho, diz que a estrutura será fundamental para melhorar o tráfego de pessoas e cargas, bem como para fortalecer as relações bilaterais com o país vizinho.

De acordo com o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), a travessia irá ligar Jaguarão com a uruguaia Rio Branco em um novo ponto, mais a oeste da atual. Apesar de ainda não haver a divulgação da localidade exata da estrutura, conforme o presidente da Associação dos Despachantes, Transportadores e Exportadores de Jaguarão (Adetrans), Felipe Seabra, ela deverá ser construída a nove quilômetros do centro do Município gaúcho. Ativo nas movimentações de reivindicação em Brasília, o representante detalha ainda que a ponte sairia direto na região do Empalme da Ruta, nas rodovias 18 e 26 no Uruguai.

Esperada há 20 anos pela categoria, o motivo da demanda é devido ao grande tráfego de caminhões, que nos últimos quatro anos tem crescido exponencialmente. "É um fluxo bem grande, tanto na importação quanto na exportação. No primeiro semestre de 2023, em valores cruzou mais de um milhão de dólares aqui na fronteira", diz. Somente entre janeiro e junho deste ano, mais de 15,4 mil caminhões cruzaram a ponte.


Valor CIF (custo, seguro e frete) de mercadores no primeiro semestre
Exportações - R$ 356.207.648,19
Importações - R$ 567.753.001,07
Importação - Acréscimo de mais de R$ 205 milhões (45% acima do mesmo período do ano anterior)

Principais produtos que cruzam a fronteira
- Leites e laticínios
- Cereais
- Carnes e miudezas
- Plásticos


Demanda acima da capacidade
Com 93 anos e tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), a atual ponte Barão de Mauá não dá mais conta do crescimento do fluxo de veículos e mercadorias. Dessa forma, a nova travessia seria destinada ao trânsito pesado, proporcionando mais fluidez e segurança na circulação entre os dois países. Como aponta Seabra, a partir disso, a expectativa é que a movimentação de cargas aumente em mais de 50%. A construção de uma nova estação aduaneira será parte desse acréscimo, já que facilitará a logística de liberação dos produtos.

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