Comemoração
Há 15 anos eles usam o talento em favor da saúde
Grupo Medicação leva música para pacientes do Hospital-Escola da Universidade Federal de Pelotas (UFPel)
Carlos Queiroz -
Música em forma de alegria para animar a tarde de quem enfrenta uma doença. O Grupo Medicação, banda que se apresenta para pacientes do Hospital-Escola da Universidade Federal de Pelotas (HE), completa 15 anos no próximo domingo. Na tarde de ontem o grupo teve mais um dia de apresentações na Unidade de Oncologia Clínica da Leiga e nos corredores do Hospital-Escola, levando canções e esperança para os pacientes de quimioterapia das unidades.
O olhar atento e o balanço da cabeça e dos pés entregam a satisfação de pacientes e familiares que acompanham o tratamento na sala de quimioterapia da Leiga, Faculdade de Medicina da UFPel. Através das apresentações o grupo pretende quebrar a difícil rotina de quem é submetido a tratamentos muitas vezes cansativos e dolorosos. A música, então, vem como remédio para a tristeza, renovando as energias dos que passam por ali.
O projeto começou há 15 anos através da servidora da UFPel, Roseméri Gomes Gonçalves. Apesar de não fazer mais parte da banda, Roseméri conta que foi instigada pelo vice-reitor da universidade em 2002, o professor Jorge Luis Nedel, que estava em tratamento para se recuperar de um câncer. “Ele me falava que era muito difícil passar as horas da quimioterapia sem nenhuma distração”, conta. O relato incentivou Roseméri a convidar os membros de uma banda de samba para tocar no hospital.
Desde então, o grupo nunca mais parou - todas as quartas-feiras se faz presente no local. Tão grande foi o sucesso que o Medicação virou projeto de extensão da UFPel e modelo para diversos países da américa latina. “Universidades do Chile e Portugal que conheceram o nosso trabalho implementaram a mesma ideia nos hospitais de lá”, relata a servidora.
Todas as idades
Os oito componentes da banda são músicos, estudantes e advogados de 19 a 79 anos de idade. Eduardo Brasil, mais conhecido como “seu” Brasil, trabalha com a banda desde o início e é responsável por dar fôlego ao projeto nos últimos anos. Atualmente o projeto integra as ações de humanização organizadas pelo Departamento de Comunicação do HE. O trabalho é totalmente voluntário e tem eficácia comprovada na melhora dos pacientes. Uma das integrantes do grupo e funcionária do HE, Ana Brod, conta que o hospital realizou um estudo com os pacientes após as apresentações e constatou que 99% deles aprovam o projeto.
A aceitação parece ser mesmo geral, evidenciada pelos sorrisos que se abrem quando a música começa. Apesar do cansaço e da fraqueza causada pela quimioterapia, os pacientes afirmam, com palavras tímidas: “Foi ótimo”, “Alegrou meu dia”. Ilza Santos da Silva, 65, acompanha o marido no hospital e na tarde de ontem não deixou de se emocionar. “Isso é vida, levanta o astral. Até chorei”, disse.
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