Por Luciara Schneid
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Após sofrer reveses do clima e três invasões e depredações sucessivas, a Igreja Matriz Sagrado Coração de Jesus, conhecida como Igreja do Porto, terá um momento de epifania na quinta-feira (2), quando será considerada patrimônio histórico e artístico do Estado. A solenidade de tombamento ocorre às 8h, antes da procissão motorizada que conduz a imagem de Nossa Senhora dos Navegantes até a Colônia Z-3, e terá a presença da secretária estadual da Cultura, Beatriz Araújo, do diretor do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado (Iphae), Renato Savoldi, e do arcebispo Dom Jacinto Bergmann.

O pároco da comunidade, padre Wilson Fernandes, bem como os paroquianos, estão animados com o reconhecimento, que abre a possibilidade de captação de recursos da Lei de Incentivo à Cultura (LIC) para o término da obra de recuperação do templo, que data de 1921, é patrimônio municipal desde fevereiro de 2020 e está em obras desde agosto do mesmo ano.

Mesmo que o clima e os invasores tenham sido implacáveis, tanto o padre quando os paroquianos não se deixam abater pelas adversidades e mantêm uma corrente forte em busca de recursos para que a matriz possa ser recuperada. No domingo, um almoço preparado em mutirão foi considerado um sucesso, com a venda de mais de 300 ingressos e a participação efetiva da comunidade.

Mais um passo dado em busca dos mais de R$ 1,44 milhão ainda necessários para a concretização do projeto, orçado em R$ 2 milhões. A próxima ação é uma rifa, que já pode ser adquirida pelos interessados em ajudar. O prêmio principal será uma bicicleta e valores em dinheiro, para o segundo e terceiro ganhadores.

Celebrações reduzidas

A restauração, que precisa ser realizada o mais rápido possível, já tem algumas empresas parceiras. "Todas as empresas que pagam o ICMS, com exceção das que optaram pelo Simples, podem fazer sua contribuição", ressalta o padre, que diz também serem importantes e aceitas doações de materiais.

Até agora foi realizada apenas a parte de salvamento da estrutura e do telhado do prédio, abalado por infiltrações durante o ciclone de 2020, com escoramento externo - o mesmo que "facilitou" o acesso dos vândalos ao interior da Igreja - sustentação dos arcos e do telhado, concretagem de pilares e outros. Nas invasões, além de outros danos no interior do templo, os criminosos levaram fios, castiçais e aparelho de som.

Hoje, a igreja mantém suas celebrações mas com público reduzido. Os bancos foram retirados e substituídos por cadeiras, e pode receber no máximo 180 pessoas, um terço da capacidade, que é de 600 pessoas.

Interessados em colaborar podem fazer contato pelos telefones (53) 3222-3678 e 99703-3999.