Inserção social
Inserção social pelo esporte
Programa Força no Esporte, realizado pelo 8º BIMtz e Smed, estimula a prática esportiva para cem crianças de quatro escolas municipais
Paulo Rossi -
Disciplina, prática esportiva, saúde, coletividade. O Programa Forças no Esporte (Profesp), realizado em parceria pela Companhia de Comando da 8ª Brigada de Infantaria Motorizada (BIMtz) e a Secretaria de Educação e Desporto (Smed), começou nesta terça-feira com a participação de cem crianças de quatro escolas municipais de Pelotas para práticas esportivas na sede do batalhão, no Pestano. Com aprovação dos pais e diretores das escolas, cinco professores de Educação Física contratados pela prefeitura coordenam a prática de futebol, basquete, atletismo e capoeira. Ao mesmo tempo, cinco militares passam as noções de responsabilidade e disciplina, inclusive com o corte voluntário de cabelo dos alunos. O objetivo do programa é a inserção social de crianças em situação de vulnerabilidade.
O Profesp foi criado pelo governo federal em 2003. Ele chega a Pelotas como uma parceria com a Smed, em uma das vertentes do Pacto Pelotas pela Paz. Jean Pierre de Lima, um dos responsáveis da prefeitura no projeto, explica que a administração municipal foi procurada pelo Exército para a execução, e logo selecionou as quatro escolas participantes - Santa Irene, Francisco Caruccio, Mario Meneghetti e Getúlio Vargas, todas no Pestano e Getúlio Vargas. Coube às escolas escolher os cem alunos participantes, a maioria na faixa etária de 12 a 14 anos, conforme determinação da 8ª BIMtz.
Além da inserção social dos alunos em vulnerabilidade, o projeto é uma oportunidade para a descoberta de novos talentos. O coordenador da Companhia de Comando, subtenente Louro, lembra do caso do canoísta Isaquías Queiroz, medalhista de prata e bronze no Rio 2016, descoberto pelo programa no estado da Bahia. Desta forma, as crianças participam de todos os esportes, mas no futuro devem receber treinos específicos nas modalidades em que se destacam.
Um dos participantes é Gabriel Costa Hartman, de 12 anos. Ele é aluno da escola Getúlio Vargas e mora na Sanga Funda. O sonho de Gabriel é virar jogador de futebol. Torcedor do Internacional, é fã do atacante Leandro Damião, mas diz que sonha em jogar em qualquer clube. O importante é o futebol. Com personalidade, não aceitou a oferta de corte de cabelo. Bruno Gomes Porto, de 14 anos, está no 7º ano na Santa Irene. Ao contrário de Gabriel, ele gosta de todos os esportes, mas vê o Profesp como uma oportunidade de mudar de vida. Para o futuro, Bruno projeta seguir a carreira militar e enxerga o programa como uma oportunidade para fazer algo novo na vida. "É muito 'maneiro' estar aqui. Melhor do que ficar em casa dormindo ou olhando TV".
É a inclusão das crianças no esporte um dos objetivos do programa. "As escolas escolheram os alunos participantes. Uma das nossas ideias é tirar as crianças da rua, no turno oposto ao das aulas", explica Jean Pierre. Um dos professores contratados pela prefeitura, Liber Benitez dá aulas de basquete. Ele encara o programa como uma oportunidade para aproximação dos jovens periféricos. "Buscamos sempre construir um futuro aos alunos, ensinando lições de coletividade e expandindo o mundo do esporte. As vezes, no colégio, a prática fica muito restrita ao futebol e vôlei", explica. Apesar do pedido da faixa etária ser entre 12 e 14 anos, alguns pais de alunos solicitaram a participação dos filhos mais novos no projeto e tiveram o pedido acatado pelas diretorias.
Profesp em Pelotas
O programa começou ontem com os cem alunos das quatro escolas municipais. Apenas questões administrativas foram explicadas às crianças e adolescentes, como vai funcionar o dia a dia e o recolhimento da autorização dos pais. Amanhã começa a prática esportiva de atletismo, basquete, futebol e capoeira. A prefeitura disponibiliza materiais, cinco professores e transporte. O Exército complementa com o material faltante e o espaço físico, além dos treinamentos de disciplina. Em 2017 o programa piloto se encerra no dia 30 de novembro, com perspectiva de ampliação para o ano que vem.
Inicialmente, apenas estudantes do sexo masculino foram selecionados, mas a ideia é expandir às mulheres em 2018. A 8ª BIMtz não conseguiu ampliar a estrutura do ginásio para este semestre - ficou faltando, por exemplo, a construção de um vestiário feminino.
Programação
12h30min - Almoço
13h - Instruções militares
13h45 - Prática de Atletismo, Basquete, Capoeira e Futebol
16h - Lanche
16h30 - Retorno às escolas
O projeto ocorre nas terças e quintas-feiras, no período da tarde, na sede da 8ª Brigada.
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