Celebração

Medicina da UCPel comemora 60 anos

Na abertura das comemorações de seis décadas do curso de Medicina, UCPel anuncia a ampliação do Campus Saúde

Foto: Jô Folha - DP - Espaço modernizado vai abrigar mais de mil alunos e foi apresentado por meio de maquete digital

Por Cíntia Piegas
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De um baú de histórias para um futuro bem além dos 60 anos de fundação. Assim, no jardim do Campus Saúde do curso de Medicina da Universidade Católica de Pelotas (UCPel), o evento da manhã desta quinta-feira (15) celebrou seis décadas de atividades e contou com personalidades fundamentais para a trajetória da maior Escola de Medicina do Rio Grande do Sul. O cerimonial virou palco de muita emoção e de reencontros. Dos desafios da inauguração em 1962 até os dias atuais, o percurso de luta e conquistas foi apresentado ao público e culminou com o anúncio da ampliação da área construída em 100%, na perspectiva de manter a missão de atender a população de Pelotas por meio do Sistema Único de Saúde (SUS). Para marcar a solenidade foram convidados os alunos da primeira turma, na década de 60, e os da atual, juntamente com seus professores e coordenadores.

Em folhas de caderno escolar, com a letra desenhada, o representante dos alunos da primeira turma, médico Tomaz Antônio Molina Pizarro, lembrou do primeiro vestibular para Medicina em Pelotas, que pela procura e seleção, chegou a ser manchete do Diário Popular. “Esse está sendo um momento ímpar. O curso foi um presente de Natal para nós, jovens na época, saindo da adolescência e tendo que ir para Porto Alegre ou Santa Maria. Por essa razão sou muito grato ao doutor Franklin Olivé Leite e, em especial ao doutor Jardim, que se não fosse ele, o curso de Medicina da UCPel teria fechado.”

Com disponibilidade de um jovem estudante de Medicina, ainda em Belo Horizonte, o professor Moacir Vitorino Jardim, prestes a completar 90 anos, não precisou de apoio escrito - e muito menos a limitação de três minutos para a fala - para proferir episódios marcantes durante a sua vida acadêmica. “Eu estava comprometido a ir para os Estados Unidos, mas o Dom Antônio Zattera foi a Belo Horizonte me chamar. Pediu que eu desse início ao curso, sendo que a intenção seria ficar seis meses. E aqui estou”, disse à reportagem. Para o orador, a decisão de ficar e trabalhar pela UCPel foi quando encontrou a turma sentada no anfiteatro ainda inacabado à espera de conhecimento. “Como eu ia dizer que não ficaria? Fiquei. É a lei da natureza. É a minha vida”, concluiu o cirurgião geral.

Com uma memória de dar inveja, o professor relembrou passagens do início do curso e principalmente dos apoiadores. Muito emocionado, Jardim, por várias vezes, enalteceu a figura de Dom Antônio Zattera e Franklin Olivé Leite. “Dois empreendedores que estão no céu pensando no que fazer.” Ele encerrou sua fala às lágrimas e com a voz embargada, pronunciando o juramento do médico e ressaltou: “O símbolo do ato médico é confiança e consciência”.

Passado e presente
Com mais de 4,3 mil profissionais formados e espalhados pelo mundo, inclusive na Nasa, o atual coordenador do curso, professor Cayo Otávio Moraes Lopes, só agradeceu as conquistas. “Sou egresso da UCPel e vendo o curso chegar aos 60 anos é uma vitória.” O especialista em medicina da família e nefrologista lembrou ainda que são seis décadas de atendimento à saúde da população de Pelotas, além de fomentar a economia da região.

Perseverança
O reitor da UCPel, formado em Medicina pela instituição, José Carlos Pereira Bachettini Júnior, não conseguiu esconder a emoção quando em sua fala pediu licença à plateia para lembrar que em 2012 a Universidade Católica estava sentenciada a fechar as portas. “Hoje comemoramos os 60 anos do curso de Medicina. Esse momento faz parte de uma história de relevância que se une ao futuro”, disse Bachettini antes de anunciar o projeto de ampliação do Campus Saúde. O seu trabalho frente à reitoria rendeu homenagens com a entrega de uma placa pelos representantes do curso e as bênçãos do arcebispo da Arquidiocese de Pelotas e Chanceler da UCPel, dom Jacinto Bergmann, que também participou do descerramento dos 60 anos do curso.

História
Na parceria ousada entre Franklin Olivé Leite e o fundador da UCPel, Dom Antônio Zattera, para criar o primeiro curso de Medicina da Zona Sul do Rio Grande do Sul, muitas barreiras foram rompidas. Em 15 de dezembro, o Conselho Universitário da UCPel liberou a confirmação do aval de funcionamento e, na noite de Natal daquele ano, Dom Antônio anunciou a sua criação. O início das aulas, que ocorriam no inacabado prédio da rua Gonçalves Chaves com Dom Pedro II, virou a casa dos primeiros alunos que, por vezes, como lembrou o médico Pizarro, ajudaram os pedreiros a levarem os tijolos até o piso superior.

Nesse caminho, a Medicina da UCPel tornou-se a maior escola médica do Estado com o objetivo de formar médicos tecnicamente capazes, de formação humana, preocupados com a questão social e com a população carente.

Obras
Com investimento próprio de R$ 15 milhões, a ampliação do Campus Saúde já pode ser observada nos prédios erguidos. Além de modernizar o espaço, os ambientes vão abrigar o novo ciclo de 1.080 alunos, número que será alcançado em 2023, conforme projeta a instituição. O empreendimento foi apresentado ao público por meio de uma maquete digital.

Assim como na infraestrutura, os laboratórios do curso também vêm recebendo investimentos. Destaque para a criação do Laboratório de Simulação Realística (Simlab), um dos mais modernos do País, que possui manequins de alta fidelidade e responsivos aos tratamentos ministrados. Destaque também para a mesa sectra, um grande tablet que auxilia a visualização de imagens diagnósticas para as ciências da saúde em 3D. ​

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