Problema
Mesmo com problemas estruturais, escola infantil do Município retorna às atividades
Emei Antônio Caringi inicia ano letivo com estrutura precária e salas interditadas
Foto: Carlos Queiroz - DP - Serviço para maternal terá que ser dividido em dois turnos
Salas interditadas com rachaduras nas paredes, aulas adaptadas no refeitório e turmas com atendimento parcial. Essa é a realidade da Escola Municipal de Ensino Infantil (Emei) Antônio Caringi, nas Três Vendas, que começa oficialmente o ano letivo nesta terça-feira (14). O retorno das aulas foi adiado, há cerca de duas semanas, após a escola ser interditada por problemas estruturais. A promessa era de que um novo local seria alugado para receber os 160 alunos. No entanto, a situação segue a mesma e, agora, a equipe improvisa saídas para receber as crianças no local.
Após análise de engenheiros da Prefeitura, duas salas continuam interditadas. Nas rachaduras da parede, passam dois dedos de uma pessoa adulta. Para tentar garantir o retorno das aulas com alguma segurança, as crianças do maternal terão que dividir uma sala, enquanto uma turma de pré-escola terá aulas no refeitório, em um espaço improvisado e separado da cozinha por divisória. As aulas do maternal, que deveriam ser em período integral, passarão a ser apenas em um turno.
A diretora da escola, Sabrina Campelo, lamenta a situação e explica que, enquanto espera por soluções, a saída é se adaptar. "São medidas paliativas. A Smed nos informou que está procurando um prédio. Enquanto isso, vamos fazer nosso máximo para que eles tenham todo o ensino e segurança possível, mas sabemos que não é a maneira que deveria se trabalhar com a educação infantil", comenta.
Professoras e funcionárias também relatam que, apesar dos esforços para atender os alunos, há muito receio com o retorno das atividades. "Nós que estamos aqui, na linha de frente. Se acontece alguma coisa, nós somos responsáveis. É desanimador e angustiante começar o ano assim", comenta uma das docentes. "Teve esse atraso no início das aulas para que fosse encontrada uma solução, mas seguimos na mesma condição. Para que fazer isso, então?", indaga outra. O grupo de servidoras afirma, ainda, que reclamações acerca da estrutura do local começaram a ser feitas em 2021, quando as atividades retornaram presencialmente após a pandemia.
Preocupação para as famílias
Para quem tem filhos matriculados na Emei Antônio Caringi, o sentimento é de receio e indignação. A profissional de controle de qualidade, Natasha Freitas, 30, tem dois filhos na escola: um no maternal e outro no pré. Segundo ela, além de perigosa, a situação é absurda. "Um dos meus filhos vai ter aula no refeitório. Como que um aluno de quatro anos vai estudar num refeitório?", questiona. "Queremos soluções. Quero que meus filhos estudem numa escola boa e segura enquanto eu estou trabalhando. É a vida dos nossos filhos em jogo", reflete.
A atendente Josy Tulicoski, 35, tem uma filha de cinco anos na escola e relata que, se pudesse, deixaria a pequena sem ir à aula. "Vou levar ela, mas com o coração apertado. A equipe é maravilhosa, mas o prédio não tem condições. Não tem como as crianças estudarem num lugar assim", desabafa. Outra mãe, a representante comercial Simone Volz, 35, que tem uma filha de um ano e dez meses no berçário, confirma a angústia. "A equipe é excelente, minha filha ama a escolinha, mas a preocupação é que aconteça uma tragédia. Duas peças estão interditadas, mas e o resto? Vem uma parede abaixo e todo o resto vai ficar intacto?", questiona.
O que diz a prefeitura
Através da assessoria de comunicação, a secretária de Educação, Adriane Silveira, confirmou que engenheiros do Município atestaram a necessidade de interdição de apenas duas salas da escola e que, em reunião com a equipe diretiva, se resolveu pelo início do ano letivo. A Smed não estimou datas, apenas informou que está em tratativas para locação de outro prédio para receber os alunos e que, assim que for firmado um contrato, as turmas serão realocadas.
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