Reinvidicação
Mobilização de auditores fiscais deve impactar Porto de RG
Categoria cogita iniciar greve nas próximas semanas caso não haja resposta do governo às reivindicações
Desde a última quarta-feira, auditores fiscais federais agropecuários (AFFAs) estão em indicativo de greve, aprovado em assembleia do sindicato da categoria. Com a decisão, os profissionais, que já estão trabalhando em operação padrão desde dezembro do ano passado, ameaçam paralisar totalmente os serviços a qualquer momento.
Melhores condições de trabalho, reajuste salarial e realização de concursos públicos para a atividade são as principais reivindicações que motivam a mobilização dos servidores. De acordo com o Sindicato dos Auditores Fiscais Federais Agropecuários (Anffa), a categoria não recebe desde 2017 a reposição inflacionária e trabalha com déficit de mais de mil funcionários, o que estaria causando sobrecarga de atividades. "Estamos atendendo no limite do pessoal", reclama a Delegada do Anffa no Rio Grande do Sul, Soraya Elias Marredo.
Ainda de acordo com a delegada, apesar do indicativo de paralisação, a categoria mantém as atividades que podem afetar diretamente a população, como a fiscalização de produtos perecíveis, a liberação de cargas vivas e o diagnóstico de pragas vivas no país, para assim evitar prejudicar a erradicação e controle de doenças. "Estamos sempre preocupados com a saúde pública e as exportações do Brasil", diz.
Na Zona Sul
Na região, os auditores estão presentes no Porto de Rio Grande e nas aduanas das cidades de fronteira como Jaguarão, Rio Branco e Chuí. Uma das atribuições mais importantes dos profissionais acontece justamente no porto, onde os auditores fazem a inspeção e a certificação de todos os produtos de origem vegetal e animal exportados, além de todos os insumos para a agropecuária. Segundo Soraya, é provável que já na próxima semana o regime de trabalho adotado pelos profissionais cause retardos na certificação internacional no Porto. Caso haja deflagração de greve, as exportações que saem de Rio Grande serão diretamente afetadas. "Gostaria que nossos pleitos fossem atendidos antes do início da greve para que não haja prejuízos em nenhuma atividade."
No Rio Grande do Sul, o sindicato tem 324 filiados e três seções sindicais em Passo Fundo, Santa Maria e Lajeado. A delegada ainda afirma que uma das reivindicações dos AFFAs da Zona Sul é a reativação da seção que existia na região.
Soraya reclama da demora em uma resposta do Ministério da Economia. Segundo a sindicalista, a mobilização deve continuar pelas próximas duas semanas, enquanto aguarda o atendimento da reivindicação. "Realizamos atividades indelegáveis, as pessoas precisam saber disso. Garantimos a segurança alimentar, a qualidade dos produtos, a saúde animal, vegetal, a qualidade dos insumos agrícolas, entre diversas outras coisas, e para manter esse status nós precisamos que a nossa luta seja ouvida."
Além dos auditores, outros servidores como docentes e técnicos da educação, do Banco Central e do Tesouro Nacional paralisaram as atividades reivindicando a reestruturação de carreira.
Os AFFAs
Os fiscais agropecuários são servidores de carreira do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). São profissionais como engenheiros agrônomos, farmacêuticos, químicos, médicos veterinários e zootecnistas responsáveis por garantir a saúde animal, a sanidade vegetal e a qualidade e segurança dos produtos agropecuários que chegam até o consumidor final. Atuam nos portos, aeroportos e postos de fronteira, nos campos de produção, nas empresas agropecuárias, nas cidades, nos programas de desenvolvimento agropecuários elaborados pelo Mapa, nas negociações internacionais, entre outros ambientes ligados a atividades agropecuárias.
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