Sujeira
Motoristas da Litucera pararam durante quase toda a segunda-feira
De acordo com o Sanep, a audiência de conciliação está marcada para o dia 21 deste mês e a obstrução é ilegal
Paulo Rossi -
Atualizado às 12h28 desta terça-feira
O serviço de recolhimento de lixo em Pelotas voltou ao normal na noite desta segunda-feira (14) após motoristas dos caminhões da empresa responsável voltarem ao trabalho.
Passados 21 dias do primeiro protesto, os funcionários da Litucera, Serviços e Engenharia cruzaram os braços a partir das 6h desta segunda. Eles se reuniram em frente à empresa para impedir os veículos de circular. Manilha (cano de concreto) e pedras foram colocados no acesso à sede da empregadora. Objetivo, segundo os condutores, era mostrar à população que não houve nenhum tipo de negociação da empresa e do Sanep com a categoria. Pelotas produz em média cerca de 350 toneladas de lixo em uma segunda-feira.
De acordo com o diretor-presidente do Sanep, Jacques Reydams, na liminar concedida pela Justiça - ação impetrada pela empresa - ficou definida para o dia 21 deste mês a realização de uma audiência de conciliação. "Então o Sindicato [rodoviários], de forma ilegal, volta a obstruir o serviço de recolhimento," desabafa.
Mesmo problema
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Rodoviário de Pelotas, Éder Blank, é enfático ao dizer que há 19 dias, desde o retorno ao trabalho - determinado via ação judicial -, nada foi feito. "Na época nós só deixamos o local por causa da decisão. A questão é que até agora não foi pago o dissídio com data-base de 1º de maio, o pagamento de 40% pelo adicional noturno - sendo que empresa paga 20% - e o não adiantamento da quinzena."
Conforme Blank, a empresa paulista insiste em dizer que os motoristas são vinculados ao Sindicato dos Empregados de Empresas de Asseio e Conservação de Pelotas (Sindiasseio). Neste caso, os motoristas não teriam direito ao que está sendo reivindicado.
"O Sindicato solicitou uma cópia da carta de concorrência da Litucera na licitação do lixo em Pelotas, pois acredita-se que no documento, o dissídio é pelo Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários e não pelo Sindiasseio." A categoria está ciente da audiência no dia 21 e alerta que a paralisação será somente de uma dia, mas pode voltar a qualquer momento.
O que diz a empresa
O setor jurídico da Litucera já entrou em contato com a Justiça de Pelotas, pedindo segurança no local e a retirada imediata dos sindicalistas. De acordo com o advogado Thiago Ferrarezi, "essa é uma paralisação do sindicato. Não há uma pauta de reivindicação dos servidores. A empresa nega a representatividade sindical." Ferrarezi diz ainda que está solicitando ao juiz a majoração da multa - inicialmente de R$ 1 mil ao sindicato, pelo descumprimento da ordem judicial.
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