Cenário

Número de desalojados sobe para 155 na Colônia Z-3

Quantidade de pessoas leva em conta somente os alojados em quatro abrigos; além dessas, diversos moradores se instalaram em casa de conhecidos

Foto: Carlos Queiroz - DP - Maria Isabel perdeu tudo. Ainda assim, carregava roupas para a filha, também desabrigada

A chuva somada à direção leste do vento na terça-feira (26) provocou mais uma enchente na Colônia Z-3 e o número de desabrigados chegou a 155 pessoas. Instalados em igrejas e em uma escola, os moradores relatam que tiveram que sair às pressas de casa devido ao volume e força da água que avançava da Lagoa dos Patos. Em poucos minutos diversas ruas ficaram completamente alagadas e muitas pessoas entraram em pânico. Agora, os abrigados temem que mais uma vez as cheias retornem, conforme a direção dos ventos.

Na tarde desta quarta-feira (27), a movimentação nas ruas da Z-3 era de pessoas carregando colchões, pertences pessoais e sacolas com alimentos. O trajeto realizado era entre as casas deixadas para trás e os locais em que estão abrigadas. Na última semana, somente a Paróquia João Paulo II recebia os acolhidos no bairro. Agora, após as chuvas de terça-feira, apenas na Escola Municipal de Ensino Fundamental Almirante Raphael Brusque, mais 41 pessoas foram abrigadas. Outras duas igrejas também estão acolhendo moradores. “A [enchente] de ontem foi a pior de todas, a água começou a invadir por todos os cantos da vila, quando nós vimos chegou até a rua principal”, conta Endrigo de Freitas.

Ao percorrer a Colônia, os juncos e as vegetações aquáticas que tomam as vias são os rastros deixados pelas ondas da Lagoa. Além disso, na estrada de acesso à Z-3, a areia da praia que invadiu a pista dificultava a locomoção. Conforme relatam os moradores, a água começou a avançar com força no início da tarde e em poucos minutos as casas já estavam completamente alagadas, o que causou desespero em diversos moradores. Parte da retirada das pessoas teve que ser realizada com caminhões do Exército. “Foi um pânico, as pessoas começaram a chamar a ajuda para sair de casa”, destaca Adriana Barboza. A água não atingiu de forma intensa a casa da pescadora, por isso, ela abriga o restante da família e mais cinco vizinhos. “Foi um desespero, no Cedrinho, a água dava no peito”.

Uma das desabrigadas, a estudante de Enfermagem Graziele Machado, auxilia no atendimento das pessoas que passam mal, ocorrência que é frequente. “Estão todos apavorados, estão aqui, mas estão com a cabeça lá [nas suas casas] e com medo das chuvas”. Fora de casa há dez dias, ela conta que no início da semana, a água dentro do imóvel chegou a altura da cintura e sua estatura é de 1,73 metro.

“Às 14h começou a entrar água pelo ralo do banheiro e em cinco minutos a gente já tava com água pelo joelho dentro de casa”, o relato é de uma mãe que saiu de casa com duas crianças e um bebê de cinco meses, além de dois animais de estimação. Dividindo uma das salas da escola com mais uma família, a dona de casa diz que ficará no local até a Defesa Civil garantir que é seguro retornar para o lar. Por enquanto, a única alternativa é torcer para que as chuvas cessem e para que os ventos soprem em direção contrária a Z-3.

Com medo justamente do contrário, a pescadora Maria Isabel Teixeira, aproveitou que parte do volume da água havia baixado para averiguar como estava sua residência. Ao chegar no local, ela lamentava as inúmeras perdas materiais. “Eu nunca tinha visto uma coisa assim, tinha onda dentro de casa, perdemos tudo”. Mesmo diante do abalo emocional, a mulher separava algumas roupas para levar na Paróquia para a filha que também ficou desabrigada.

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