Perrengues
Zona Sul tem mais de 50 educandários fechados após chuvas
Instituições, a maioria na zona rural, foram afetadas por questões estruturais ou de acessibilidade
Foto: Divulgação - DP - Escola Benjamin Constant foi atingida pelo granizo
O trabalho das prefeituras e do governo do Estado em avaliar os estragos e prejuízos causados pelo grande volume de chuva, granizo e enchentes vai além das questões estruturais. Com mais de 50 escolas fechadas, principalmente na zona rural e nas regiões das Ilhas, na Zona Sul, as secretarias de educação terão de elaborar um planejamento pedagógico, pois faltando dois meses para o fim do ano letivo, qualquer dia de aula perdido pode prejudicar o ritmo de aprendizagem dos alunos. Questões como telhas e forros quebrados, goteiras, infiltrações, além do acesso às escolas das redes estadual e municipal, por causa de alagamentos, a prioridade dos chefes dos Executivos, agora, é sanar os problemas sem causar danos aos alunos.
Na 5ª Coordenadoria Regional de Educação (5ªCRE), até o meio-dia de ontem, 14 escolas, de um total de 125 em 18 municípios, ainda permaneciam com as aulas suspensas em decorrência do clima instável das últimas semanas. A coordenadora Alice Maria Szezepanski explica que os alunos estão com aulas remotas, ou através da plataforma digital ou por material impresso. “Todas as escolas estão prestando atendimento”, garante. Com isso, o calendário escolar anual não terá prejuízos. Em Pelotas, a Escola Estadual de Ensino Médio Colônia de Pescadores Z-3 foi designada a receber os desabrigados da comunidade pesqueira. Pela 18ª CRE, com sede em Rio Grande, todas as 39 escolas nos municípios de abrangência, sendo 30 só na Noiva do Mar, permanecem em atividade.
Pelos Municípios
Na rede municipal de educação, em Pelotas, estudantes de pelo menos cinco escolas, a maioria na colônia, região bastante atingida pela chuva e granizo, terão de recuperar aulas. Entre elas estão as Escolas Municipais de Ensino Fundamental Bruno Chaves, que retorna segunda-feira, as infantis Wilson Müller, Júlio de Castilhos e Honorina Torres, que retornam hoje, e a Júlio de Castrilhos, que volta amanhã. A Emef Raphael Brusque, na colônia de pescadores Z-3, também está recebendo desabrigados. De acordo com a titular da Secretaria de Educação e Desporto (Smed), secretária Adriana Silveira, foram destinados aos estudantes da comunidade, afetados pela enchente, pelo menos 30 kits de material escolar.
Em Rio Grande, as escolas das ilhas dos Marinheiros e Torotama foram fechadas por causa da enchente e as aulas suspensas, assim como a Escola Municipal de Ensino Fundamental Bento Gonçalves, na Vila da Quinta.
Em Canguçu, com os danos causados às estradas municipais pelo alto índice pluviométrico dos últimos dias, as aulas em 25 escolas da rede municipal, localizadas na zona rural, foram suspensas. A medida é em consideração à segurança das pessoas que necessitam se deslocar através dessas vias de chão batido. “Está sendo analisada e discutida a forma de recuperação desses dias, especialmente considerando a necessidade de oferecimento dos 200 dias letivos aos alunos. A situação de cada escola será debatida, assim que seja possível o retorno normal das aulas”, explicou a secretária de Educação, Esportes e Cultura, Fernanda Jardim Barbosa da Fonseca.
Em Piratini, as 14 escolas da zona rural (seis estaduais e oito municipais) estão sem aulas por causa da dificuldade no acesso aos educandários. A informação é do prefeito Márcio Porto (MDB). Ele garante que o calendário letivo sofrerá alterações para recuperação dos dias cancelados anteriormente.
O prefeito de Arroio do Padre, Rui Peter (UB), decretou o cancelamento das aulas presenciais nas escolas da rede municipal por cinco dias, com término amanhã. As três escolas do Município - as Emefs Benjamin Constant, Rio Branco e a Emei Visconde de Ouro Preto - foram atingidas pelo granizo. Na Rio Branco, com mutirão dos pais, foi possível recuperar o telhado com lonas e mantas. “Já estamos preparando a licitação para conseguir recuperar os prédios.” A secretária de Educação, Cultura, Esporte e Turismo, Nathália Bonow, conta que a medida teve o parecer favorável do Conselho de Educação. “Pela LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional), no caso de calamidade, podemos ter ensino remoto”, explicou.
De volta ao normal
O secretário de Educação de Arroio Grande, Iderli Garcia, informa que todas as escolas estão abertas, mas que há alunos com dificuldade de acesso, onde o transporte não consegue chegar. “A Secretaria de Obras do Município já tem conhecimento desses pontos críticos e até sexta-feira [amanhã] está previsto a recuperação das estradas.” Esses alunos, segundo Garcia, terão os conteúdos recuperados no contraturno ou com aulas remotas. Mesmo assim, em reunião com o Conselho Municipal de Educação, buscou-se mais alternativas para não prejudicar o ano letivo. A próxima etapa será um encontro com as Direções das escolas da zona rural.
Mesmo com a chuva de granizo atingindo várias regiões de Morro Redondo, as aulas estão normais, assim como em Capão do Leão, São Lourenço do Sul, Pedro Osório e Cerrito. Já as escolas rurais de Jaguarão que ficaram cinco dias sem aula, retornaram ao normal ontem. Nesse período, os alunos receberam materiais pelo WhatsApp e também pela plataforma que a rede escolar do município dispõe desde o período da pandemia de Covid-19.
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