Prefeito de Pelotas entre 1964 e 1969, Edmar Fetter completaria cem anos hoje. O político, que também foi vice-governador do Rio Grande do Sul, tornou-se reconhecido como um gestor de pulso firme e um líder agregador que marcou a história de Pelotas. Como prefeito, modernizou a estrutura da administração e promoveu importantes avanços na infraestrutura da cidade.
No período à frente do Município, Edmar Fetter criou o SAAE, o atual Sanep, e teve participação fundamental na modernização do sistema de iluminação pública e na melhoria nas estradas. Além disso, foi responsável por grandes obras como a barragem do canal Santa Bárbara e a construção da ponte que dá acesso ao Laranjal. Também foi responsável por obras de pavimentação, pela criação do Distrito Industrial e dos Conselhos Comunitários de Desenvolvimento.
Na Prefeitura, Edmar Fetter promoveu uma reforma na estrutura administrativa em parceria com o Instituto Brasileiro de Administração Municipal (Ibam) que permitiu melhorias na gestão dos serviços públicos. As profundas mudanças causadas por essas reformas o projetaram para fora da região e o levaram a participar de eventos nos Estados Unidos.
“Ele foi um prefeito com uma visão futurista”, resume o secretário executivo da Associação dos Municípios da Zona Sul (Azonasul), Henrique Feijó, que foi chefe de gabinete de Edmar Fetter no período em que ele foi prefeito de Pelotas. “O grande legado como prefeito foi fazer as mudanças estruturais necessárias em Pelotas, ter um governo planejado, sério, e trabalhando em cima de resultados”, recorda.
A entrada de Edmar Fetter na política seguiu os passos do pai, Adolfo Fetter, prefeito na década de 1950, e foi seguido pelo irmão, Adolfo Antonio Fetter, que foi vice-prefeito e secretário estadual da Agricultura, e pelo sobrinho Adolfo Fetter Júnior, que foi deputado federal e prefeito de Pelotas. A filha Virginia também seguiu os passos do pai na política quando foi vereadora, nos anos 1990, e se tornou a primeira e única mulher na história até os dias atuais a presidir a Câmara de Pelotas. Até hoje, os filhos Virginia e Luiz Carlos sucedem o pai na administração do Jornal.

Legado para
toda a região
Como uma liderança regional, o maior legado do prefeito foi a criação, em 1964, da Azonasul. Às vésperas de completar 60 anos, a entidade continua como um importante fórum de aproximação em busca de desenvolvimento para os municípios da Zona Sul.
Segundo Feijó, Edmar Fetter era um gestor dedicado e metódico. “Ele tinha um controle extraordinário de tudo, tinha o domínio da Prefeitura. Era uma liderança fantástica, obstinado para as coisas darem certo.” Sobre a Azonasul, Feijó ressalta o protagonismo de Fetter. “Ele entendia que tinha que trabalhar de forma regional. Um dos primeiros trabalhos que fez foi a contratação de um instituto de pesquisas para elaborar um estudo preliminar da região com vistas a um planejamento integrado, quando essa ideia era uma coisa incipiente”, diz.
Entre os anos de 1971 e 1975, Fetter foi o primeiro vice-governador da história do Rio Grande do Sul, oportunidade em que se consolidou como uma referência para a política da região sul. Porém, após deixar o posto, não aceitou outros cargos políticos que lhe foram oferecidos nas esferas estadual e federal.
O legado de Edmar Fetter, no entanto, vai além do mundo político. Economista, após deixar o cargo de vice-governador continuou a exercer uma posição de liderança em sua vida privada. Dedicou-se à agropecuária junto do irmão Adolfo Antônio, engenheiro agrônomo, e foi ativo em entidades como a Associação Rural e a Associação Comercial. A partir de 1976 até 1990, ano de sua morte, Edmar foi diretor financeiro do Diário Popular.

Trajetória
Nascido em 26 de junho de 1923
Filho de Olga e Adolfo Fetter
Casado com Neiva Kaastrup Fetter e pai de Luiz Carlos, Antônio Carlos e Virginia
Economista, empresário e agropecuarista
Foi eleito prefeito aos 40 anos e sua gestão foi de 1964 a 1969
Formou-se em Ciências Econômicas pela UFPel durante sua gestão
Fundou a Azonasul em 1964
Foi vice-governador entre 1971 e 1975
Dedicou-se à agropecuária e entre 1976 e 1990 foi diretor financeiro do Diário Popular
Foi ativo na Associação Comercial, Centro das Indústrias e Associação Rural
Filantropo, entre outras atividades ao longo dos anos colaborou com a manutenção da Santa Casa e a Beneficência Portuguesa
Faleceu aos 67 anos em 12 de julho de 1990