Problemão
Obra em rede de esgoto deixa parte de rua do Areal intransitável
Caminhar pelo local virou tarefa difícil para os moradores. Entrar com veículos na via é praticamente impossível
Jô Folha -
Intransitável por causa dos buracos e do acúmulo de barro. Essa é a atual condição da rua Maximiano Pombo Cirne, no bairro Areal, em Pelotas. Moradores do local relatam que os transtornos na via foram causados por uma obra de encanamento do Sanep, que está em andamento há mais de dois meses, e foram agravados pelas chuvas da última semana.
A terra retirada da abertura de galerias para a instalação de encanamentos de esgoto foi colocada em morros do outro lado da via. Em razão das precipitações contundentes na região, o cenário piorou consideravelmente, pois a terra virou uma camada grossa de barro e se espalhou por boa parte da extensão do local. Desde então, caminhar por lá virou um desafio diário.
Além disso, as galerias abertas representam um grande perigo para os moradores. No portão de entrada da residência da dona de casa Eliane Campos, há uma abertura de valeta com grande extensão de profundidade e tamanho. O buraco coloca em risco os seus cinco filhos, todos crianças pequenas, já que o espaço entre o portão e a vala é estreito. "Aqui não dá para deixar nem as crianças saírem para a rua, elas podem cair ali dentro. E também o espaço entre a saída da minha casa e o buraco está cedendo", conta, preocupada.
Por conta das valas e da grande formação de barro na rua, os veículos não conseguem passar no local sem o perigo de atolar. Além disso, caso desviem da lama, os automóveis podem entrar em uma das aberturas do solo. Até mesmo o caminhão de recolhimento de resíduos tem que esperar na esquina enquanto os profissionais da limpeza urbana percorrem a pé a extensão para realizar o serviço de coleta.
Outra moradora, Eliana Borba, diz que não consegue sair de casa de carro há mais de um mês. O frentista Leonardo Peter deixa o veículo na esquina para não atrapalhar a circulação na rua durante o dia, já que - em decorrência do barro - ele não pode estacionar na frente de casa. "Meu carro fica todo dia e toda noite aqui do outro lado da rua da minha casa porque não dá para entrar no meu pátio, sendo que cada dia que chove acaba abrindo mais ainda essas crateras", desabafa.
Quando chove, além da rua ser tomada pela lama, os moradores da Maximiano ainda têm que lidar com o esgoto a céu aberto, que se mistura com os alagamentos e invade o pátio das residências. Peter conta que a empresa responsável pela obra tapou com a terra retirada para construção de valas a valeta que tinha ao lado de sua casa e agora os líquidos escorrem pela rua.
A situação também se repete a alguns metros de distância, na moradia da dona de casa Clara Macedo. Ela aponta que, durante a obra, foi aberto ao lado do seu pátio uma passagem para o escoamento de esgoto. No entanto, o que acontece é que, quando chove, os resíduos transbordam e escorrem até a sua porta. "Abriram essa valeta aí e quando transborda com a água da chuva vai tudo pra minha casa. Já reclamamos, meu marido já tentou tapar essa passagem, mas não adianta".
Indignado, o aposentado Cláudio Dias declara que a situação na rua é insustentável. "Já abriram essa sanga duas ou três vezes. Esses canos estão entupidos de terra, a água não vai escorrer lá na frente. Não usaram nem um ponto de nível para começar a obra. Cadê os engenheiros? Faz dias que não chove, eles podiam pelo menos ter colocado um cascote para a gente conseguir sair de casa", sugere.
O que diz a prefeitura
De acordo com informações da prefeitura de Pelotas, a rua Maximiano Pombo Cirne recebe intervenções do Sanep e também da Secretaria de Serviços Urbanos e Infraestrutura (SSUI) atualmente.
O Executivo informa ainda que, da parte do Sanep, a obra está em fase final da instalação da rede de água na localidade, visando regularizar o abastecimento, uma vez que isso, até o momento, se dá por mangueiras pretas (derivação).
A segunda intervenção é feita pela SSUI para correção da drenagem na rua, onde não havia valetas e o esgoto escorria sobre a via. Conforme a diretora operacional da pasta, Lúcia Amaro, foi realizado o envaletamento no trecho final da Maximiano Pombo Cirne e instalados canos para acesso às casas, por isso há acumulados de terra em alguns pontos. "Nesse momento, estamos aguardando a cura dos canos, que é a secagem das instalações, e que mais canos cheguem", afirma a gestora.
Lúcia também explica que as equipes da Secretaria estão trabalhando com maquinário pesado em ponto sem saibro. "Com a grande quantidade de chuvas, a via ficou embarrada. Quando isso ocorre, precisamos esperar um pouco para que a rua seque e para que as máquinas voltem a trabalhar", destaca.
A previsão é de que, ainda nesta semana, sejam depositadas de duas a três cargas de material britado no local, sobre o trecho mais prejudicado, para amenizar os problemas e facilitar o tráfego dos moradores na rua, informa a pasta.
Carregando matéria
Conteúdo exclusivo!
Somente assinantes podem visualizar este conteúdo
clique aqui para verificar os planos disponíveis
Já sou assinante
Deixe seu comentário