Por Cintia Piegas e Victoria Fonseca
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 A partir dos investimentos do novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do governo federal, Pelotas deverá receber valores suficientes para desenvolver quatro projetos que estão em andamento há alguns anos e careciam de recursos para serem concluídos. O conjunto de intervenções contempladas pelo governo federal abrange eixos que vão da saúde à educação, bem como moradia popular e Patrimônio Histórico. Somente para a viabilização de três propostas o Município necessita de mais de R$ 300 milhões.

HE terá R$ 265,2 milhões para os Blocos 1 e 2
Com investimento de R$ 265,2 milhões, o Hospital Escola da Universidade Federal de Pelotas (HE/UFPel) finalmente poderá ver concluídos os blocos 1 e 2 do hospital, o que vai viabilizar ampliação do atendimento exclusivo do Sistema Único de Saúde (SUS) à população da região, além de integrar as demandas de ensino e pesquisa. Atualmente, o HE se divide entre as estruturas do prédio da rua Professor Araújo e o Bloco 3, da avenida Almirante Guilhobel, com 172 leitos para o atendimento de cerca de um milhão de pessoas de 21 cidades. Por ano, são 300 mil procedimentos ambulatoriais e cinco mil internações, além de atender 150 leitos de internação domiciliar. Os leitos de maior complexidade são 15 e deve alcançar 40 de terapia intensiva e dez de semi-intensiva.

A superintendente do HE/UFPel, Carolina Ziebel, explica que as obras se iniciarão em 2024 e o valor será repassado em quatro parcelas. Mas ainda este ano, o ambulatório da Faculdade de Medicina será transferido para a Laneira (que vai receber melhorias), pois o prédio local precisará ser demolido, assim como os paliteiros que ainda estão erguidos aos fundos da área do complexo. A reitora da UFPel, Isabela Andrade, lembra que são 274 leitos planejados para dar um melhor atendimento à população da região e com 100% SUS. O Bloco 1 será destinado às unidades e serviços relacionados à internação hospitalar e no Bloco 2 ficarão os serviços ambulatoriais e de apoio diagnóstico e terapêutico.

O pró-reitor de Planejamento e Desenvolvimento da UFPel, Paulo Ferreira Júnior, conta que o novo hospital se definiu ainda na gestão anterior. “A partir daí foram feitos todos os esforços para que fosse concluído, e com certeza essa obra não teria os recursos destinados se não tivéssemos um projeto discutido e planejado.” O HE faz parte da rede hospitalar Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) que administra 41 hospitais e será responsável por gerenciar aqueles com projetos contemplados.

Creches podem sair do papel
Em setembro, o governo federal, a partir do Novo PAC, irá abrir edital de seleção para empreendimentos de infraestrutura da Educação Básica, com a retomada e conclusão de obras de creche, escola, quadra e cobertura de quadra. Em Pelotas, a Secretaria Municipal de Educação e Desporto (Smed) cadastrou na Plataforma Mãos à Obra (mapear o conjunto de obras paralisadas e que necessitam ser retomadas), 12 Escolas Municipais de Educação Infantil (Emeis) e duas de Ensino Fundamental, sendo cinco projetos aprovados para a retomada das obras através do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), e inclui Laranjal, Eucalipto, Dunas, Vasco Pires (esta última com as obras iniciadas este semestre após a realocação de uma família que habitava o local e com recursos próprios), além da quadra Emef Santa Irene.

Com isso, a Smed informa que a partir do Novo PAC, Pelotas pretende cadastrar os nove projetos restantes e que somam, só com as Emeis, aproximadamente R$ 22,4 milhões para a execução. São elas as creches do Loteamento Darcy Ribeiro, bairro Cruzeiro, Farroupilha, Getúlio Vargas, Governaço, Loteamento Eldorado, Monte Bonito, Colônia Z-3, além da quadra da Emef Independência.
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PAC Farroupilha
A maioria das 20 casas de 42,9 metros quadrados, na Vila Farroupilha, no bairro Fragata, uma das áreas contempladas pelo Novo PAC do governo federal, está quase pronta e com previsão de entrega em outubro. Na última semana, trabalhadores finalizaram a pintura da fachada e quatro delas já estão com pias e portas internas. Com a requalificação da infraestrutura executada em diversas etapas simultâneas, 22,3% das obras foram concluídas. A empresa responsável já executou mais de 1,2 quilômetro de redes de água, mais de 2,1 quilômetros de redes de esgoto, mais de 800 metros de redes de drenagem, 1,8 mil metros quadrados de pavimentação viária com blocos intertravados de concreto, faltando de 19,3 mil metros quadrados, e 1.340 metros quadrados de passeios públicos na praça. Estão previstos ainda, no total, mais de 30,5 metros quadrados de pavimentação e cerca de 17,6 mil metros quadrados de asfalto.

Segundo o secretário de Planejamento e Gestão, Roberto Ramalho (Seplag), o trabalho atualmente é de terraplenagem na rua José Machado Mendonça, rede de esgoto na travessa da Bernardo José de Souza e passeios públicos na praça. O investimento é superior a R$ 22,3 milhões. De recursos federais do PAC PPI Favelas são R$ 15.685.535,86 e a contrapartida municipal é de R$ 6.713.154,19. A previsão de término das obras é o mês de setembro de 2024. A Prefeitura não tem informações de quanto será o investimento do Novo PAC para a Vila Farroupilha.

Conclusão do Grande Hotel
Em restauro desde 2019, o imponente Grande Hotel é um dos dois patrimônios históricos do Município contemplados pelo Novo PAC. Após paralisações devido a pandemia e problemas orçamentários, atualmente a obra tem 40% dos serviços executados e deve ser concluída no início de 2024. Conforme as arquitetas responsáveis pelo projeto, Márcia Rotta e Cíntia Essinger, a partir de informações do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), o repasse para o imóvel deverá ser de R$ 6,4 milhões. Com a conclusão da intervenção, o térreo, o primeiro e segundo andares do prédio deverão receber as instalações do Hotel-Escola da Universidade Federal de Pelotas, composto por 28 quartos. No último pavimento estará alocado o curso de Hotelaria e no porão estarão alocados espaços de infraestrutura e a cozinha industrial.

Casarão 6 e o Museu das Cidades
Outro imóvel do conjunto histórico ao redor da praça Coronel Pedro Osório que será beneficiado com recursos do programa é o Casarão 6. Fechado ao público desde 2005, o patrimônio tombado pelo Iphan abrigará o Museu da Cidade, uma iniciativa voltada a contar a história do município por meio de recursos audiovisuais e de tecnologia expositiva. Conforme um dos membros da equipe do projeto, Giorgio Ronna, ainda não há informações sobre os valores que deverão ser repassados pelo PAC, mas a inauguração da iniciativa deverá ocorrer em julho de 2024. Atualmente, para o início da implantação falta o processo licitatório para o restauro, que deverá ser executado em oito meses.