Mobilização
Pelotas terá quinta-feira ainda sem coleta de lixo
Impasse entre motoristas dos caminhões e empresa já reflete nas ruas dos bairros, onde os resíduos se acumulam em grande quantidade
Jerônimo Gonzalez -
O impasse entre os motoristas dos caminhões que coletam lixo e a empresa paulista Litucera Limpeza e Engenharia Ltda., responsável pelo trabalho, fez com que a cidade ficasse mais suja esta semana em Pelotas. Sem o serviço, paralisado nesta quinta-feira (27) pelo terceiro dia como protesto ao descumprimento de quatro quesitos básicos no contrato de cerca de 40 trabalhadores, 200 toneladas diárias de descartes não estão sendo retiradas das ruas. Na manhã desta quarta, com a presença da vice-prefeita Paula Mascarenhas (PSDB), uma reunião ocorreu na prefeitura entre as partes, em busca de um acordo.
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Dentre as reivindicações estão o repasse do dissídio coletivo com data-base em 1º de maio, o pagamento de 40% pelo adicional noturno - atualmente 20% são pagos - e o adiantamento da quinzena. Segundo o Sanep, não há direito dos trabalhadores ao que reivindicam por serem eles vinculados ao Sindicato dos Empregados de Empresas de Asseio e Conservação (Sindiasseio). No entanto, presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Rodoviário de Pelotas, Eder Blank, afirma que a categoria pertence à instituição que preside já há 15 anos.
Desde a madrugada de segunda para terça-feira os trabalhadores estão mobilizados em frente à sede da Litucera. “Vieram para cá, venceram a concorrência, mas quando chega na hora de pagar o nosso salário, o nosso dissídio, não pagam?”, questionou Blank, em entrevista ao Diário Popular. Judicialmente tramita uma liminar exigindo o retorno da coleta.
Tentativa de acordo
No encontro entre motoristas e a Litucera, a vice-prefeita fez questão de destacar a importância da normalização do serviço, tendo em vista sua importância à cidade. “Vivemos um conflito em que o ônus cai à população, que nada tem a ver com isso. Faço um apelo à empresa para que tenha bom senso e aos sindicatos que antecipem a volta ao trabalho. É caso de saúde pública”, disse no início da reunião, que duraria ainda mais 30 minutos.
Ao final, uma proposta dos motoristas ficou de ser analisada pela Litucera: a empresa desde já começa a pagar aquilo que pedem os trabalhadores e depois, caso a decisão judicial se dê em favor dela, o dinheiro é devolvido. Ainda não há retorno de São Paulo sobre o assunto. Em entrevista ao Diário Popular, a vice-prefeita afirmou que sua posição é de esperar e apostar no diálogo entre as partes. Entretanto, não havendo acordo, a prefeitura pode tomar medidas mais duras.
Reflexos
A paralisação, já em seu primeiro dia, teve visível efeito em cada rua com contêiner de lixo na cidade, principalmente no Centro, onde o acúmulo costuma ser maior. Na Uruguai, por exemplo, eram três os recipientes com dejetos colocados do lado de fora por não haver mais espaço.
Na avenida Fernando Osório os moradores colocaram o lixo na rua à espera da coleta. Como ela não aconteceu, ficaram os sacos em frente às casas. “Mesmo que seja uma reivindicação justa, esse é um serviço muito importante, não pode parar”, disse João Luis, morador das Três Vendas. Buscando amenizar a situação, a prefeitura colocou no Centro sete trabalhadores extras da Sersul para recolher o lixo de fora dos contêineres.
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