Por Vitória de Góes
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Após meses de impasses em que o déficit de anestesistas no Hospital Escola da Universidade Federal de Pelotas (HE/UFPel) tornou a situação insustentável, a Prefeitura de Pelotas publicou ontem o edital de credenciamento de empresas prestadoras de serviços de saúde, para interessadas em oferecer serviços de anestesiologia. As propostas podem ser enviadas até o dia 24 de março e, no dia 27, serão abertos os envelopes contendo o resultado.

O documento foi publicado uma semana após a prefeita Paula Mascarenhas (PSDB) anunciar uma medida emergencial, com o redirecionamento de R$ 500 mil de emendas parlamentares do ex-deputado estadual Fernando Marroni (PT), para a contratação de médicos anestesiologistas para atender no HE.

A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) explica que não há um número específico de funcionários a serem contratados, já que o acordo poderá ser feito com uma ou mais empresas e o número de profissionais dependerá da disponibilidade de horários de cada uma e seus associados. A remuneração oferecida é de R$350 pela hora de serviço prestado, dentro de um teto de 360 horas mensais entre todas as credenciadas.

O início dos trabalhos, após o resultado, ainda não foi definido. A secretária de Administração e Recursos Humanos, Tavane Krause explica que existem muitas variáveis para determinar a data, mas que a Prefeitura trabalha para agilizar o início da prestação do serviço. "Havendo interessados, sendo habilitados, não havendo recursos, a perspectiva é de concluir ainda na semana da abertura dos envelopes, previsto para o dia 27 de março. Estamos trabalhando de forma estratégica para atuar com a maior celeridade diante da urgência e interesse público".

O edital ainda seguirá aberto até dia 14 de junho para outras interessadas em deixar seu cadastro para eventuais contratações.

Crise no HE

Desde novembro de 2022, o HE/UFPel, que é administrado pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), vem enfrentando problemas na especialidade de anestesiologia devido ao fim do programa de residência da área. A situação impactou os residentes de Cirurgia Geral que chegaram a fazer greves e, no mês passado, o programa foi encerrado.

Nesse meio tempo, o Hospital ainda chegou a abrir editais de contratação de anestesistas e até fechou contrato com uma empresa para prestação do serviço, mas a instituição rescindiu o acordo porque a licitada teve dificuldades de cumprir o acordo.

A situação também teve impactos nas residências de Ginecologia e Obstetrícia, e de Pediatria, que chegaram a fazer greves, mas retornaram aos trabalhos. Além disso, o atraso em procedimentos cirúrgicos tem preocupado a população pelotense e gerado um desconforto para a administração pública. Dessa forma, na última semana, a prefeitura anunciou recursos para atender, inicialmente por três meses, a demanda de contratação de anestesistas.