Agronegócio
Produtores gaúchos de lã iniciam exportações para o Uruguai
Expectativa é de escoar mais de 100 mil quilos do produto certificado pela Arco
Carlos Queiroz -
Um dos principais gargalos da cadeia produtiva da lã gaúcha, a comercialização, obteve importante resultado esta semana, através do Programa de Certificação da Lã, da Associação Riograndense dos Criadores de Ovinos (Arco). De acordo com o coordenador do Programa da Arco, Sérgio Muñoz, serão exportadas ao Uruguai, lãs certificadas Merino, Ideal e Corriedale, com primeiro embarque previsto já para a próxima semana. A expectativa é de escoar mais de 100 mil quilos do produto certificado.
Segundo ele, após algumas reuniões com compradores de lã do Uruguai, tanto no Brasil quanto em Montevidéu, os trâmites finais foram acertados, na terça-feira (11), em Santana do Livramento. Os compradores são a empresa Zambrano e a Barraca Puppo, a maior exportadora de lã do Uruguai, diz. A logística de coleta da lã nas propriedades e os trâmites burocráticos serão realizados pela Barraca Branca Lã de Livramento, como prestadora de serviço.
Ele explica que as lãs esquiladas e certificadas vão ser carregadas até esta barraca em Livramento e uma vez fechada a carga será levada até o Uruguai. "Lá será feita a micronagem, a calagem, rendimento ao lavado e estipulado o preço final da lã", ressalta.
Para fazer a calagem na barraca em Livramento seria muito mais caro e demorado, diz. "Ao mandar as amostras a partir da indústria ou barracas uruguaias, elas são trabalhadas mais rapidamente no laboratório e com custo menor ao produtor", acrescenta.
O preço será feito a partir de pré-tabela, com base no rendimento ao lavado e finura da lã, explica. "Essa tabela deve ser corrigida e divulgada todas as semanas", salienta. Os custos para o produtor se referem ao Funrural (1,5%), taxa de exportação (3,5%), frete da propriedade até Livramento e a prestação de serviço à Branca lã (entre 0,10/0,15 de dólar). Os pagamentos serão efetuados pela Barraca Branca Lã, após resultados da calagem, com micronagens e rendimento ao lavado.
Muñoz acrescenta que outro gargalo da cadeia produtiva é a mão de obra. "Os nossos maiores certificadores hoje são duas máquinas uruguaias, que devem certificar mais de 100 mil quilos de lã, e pequenas comparsas, que trabalham de maneira mais lenta", ressalta. Segundo ele, é urgente a formação de mão de obra em território, com cursos que devem ser oferecidos pela Arco e com início a partir dos meses de março e abril do ano que vem.
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