Escultura

Sentado, à espera de um registro

Estátua do escritor João Simões Lopes Neto, no centro da cidade, foi acolhida pela população

Carlos Queiroz -

A esquina das ruas Lobo da Costa e 15 de Novembro, centro de Pelotas, ganhou um morador centenário.

Há dois meses a estátua do escritor pelotense João Simões Lopes Neto se encontra na praça Coronel Pedro Osório, cartão-postal da cidade. Para sua construção, o monumento contou com patrocínio do Banrisul, com incentivo fiscal previsto pela Lei Rouanet, do governo do Estado, do Instituto João Simões Lopes Neto, do Sesc e da prefeitura. A entrega da arte integra as comemorações do Biênio Simoneano, iniciado em 9 de março de 2015 - data em que foram celebrados os 150 anos do seu nascimento. O evento foi reconhecido pelo governador José Ivo Sartori através de decreto.

Guardadores de carro no entorno confirmam que os registros fotográficos ocorrem a todo instante. As estudantes Bianca e Thalia Szczcinski acabam de retornar do município de Dom Feliciano (a 170 quilômetros de Pelotas) e se depararam pela primeira vez com a estátua. Após amigos publicarem imagens com Simões nas redes sociais, as irmãs resolveram que a praça seria a primeira parada assim que retornassem à cidade. A professora Eunice Sperb e sua família fotografavam com o celular. De acordo com ela, a homenagem é o que Pelotas poderia receber de melhor. Seu filho Guilherme também percebe a importância do Velho Capitão - o ato eterniza um mestre da literatura, segundo ele.

A inspiração para encomendar o monumento partiu da ocasião em que o tradutor das obras de James Joyce, Donaldo Schüller, palestrou na cidade. Para entrar na cabeça do autor irlandês, ele viajou até Dublin, onde percebeu na população uma forte mobilização para que as obras do criador de Ulysses chegassem a todas as gerações. Ali, o presidente do Instituto que valoriza a memória de Simões Lopes Neto na cidade, Antônio Carlos Mazza Leite, notou que os pelotenses já tinham em suas terras o mais difícil de encontrar: uma figura excelente e que precisava ser reconhecida.

“Onde estaria hoje se seu corpo ainda estivesse vivo, já que sua aura está?” É desta forma que a localização da estátua é defendida por Mazza Leite. Sendo um integrante fundamental na consolidação da Bibliotheca Pública Pelotense, Simões buscava estimular o interesse literário à população da época. Agora, o instituto crê que a homenagem deve servir de incentivo aos novos pelotenses, para que reconheçam a cultura local e passem a ter o hábito da leitura.

O monumento
A escultura moldada em bronze é obra do mineiro Leo Santana. O artista é o mesmo responsável pelo monumento do poeta Carlos Drummond de Andrade, em Copacabana, no Rio de Janeiro. Seu trabalho é caracterizado por reproduzir momentos em vida dos representados, ao tentar fugir das estruturas de busto comumente vistas em praças. A construção, que pesa 230 quilos, também integra o banco onde está fixada. Foram necessários quatro meses para finalizar o trabalho, que foi executado através de poucas fotografias do autor.

 

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