Reivindicações
Sindicato dos trabalhadores rodoviários recorre a mediação coletiva
Recurso jurídico é solicitado após categoria e entidade patronal em Pelotas não chegarem a acordo até a data-base
Carlos Queiroz - DP - Uma das reivindicações é a reposição salarial
Por Victoria Fonseca
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(Estagiária sob supervisão de Vinicius Peraça)
Com data-base vigente para esta quarta-feira (1º de fevereiro), as negociações entre o Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Rodoviário de Pelotas (STTRP) e a entidade patronal chegaram ao fim sem nenhum acordo entre as partes. Na terça-feira (31), foi protocolado no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) um pedido de mediação coletiva. Apesar disso, o diálogo entre os grupos continua aberto. Entre as prioridades elencadas pela categoria está reposição salarial com base no INPC de janeiro, mais 5% de ganho real. Já o Sindicato das Empresas de Transportes Rodoviários declara que o acréscimo junto ao índice é inviável.
Há quase um mês os rodoviários aprovaram em assembleia oito propostas que compõem a Convenção Coletiva de Trabalho com data-base de 1º de fevereiro. O conjunto de reivindicações teria sido entregue à patronal no mesmo dia. Uma reunião entre as partes chegou a ser anunciada para o último dia 23 para discussão dos termos. No entanto, o encontro não ocorreu e ainda não houve deliberação.
Conforme o presidente do STTRP, Claudiomiro Amaral, com a chegada da data-base sem repactuação dos contratos, o período de negociações formais é encerrado. O próximo passo então foi dado pela entidade ao recorrer ao instrumento de mediação coletiva trabalhista, porém o representante sindical ressalta que o diálogo continua em aberto. "Para que antes da mediação tenhamos acordo ou conversa mais afinada para que, quando o mediador convocar, já estarmos alinhados com algumas situações", declara Amaral.
Na próxima segunda-feira está marcada nova reunião entre a classe e a patronal. Na data do encontro, o INPC de janeiro já deverá ter sido divulgado e a partir da porcentagem a expectativa é que as discussões avancem. "Aguardamos uma definição da reunião, se nos acertarmos, a gente já encaminha para o Tribunal para quando chegarmos na mediação termos o acordo pronto", diz o presidente do STTRP.
Reivindicações da categoria
Além da reposição salarial, entre as principais reivindicações está a mudança na cláusula que determina que quando o pagamento da tarifa for em dinheiro, um percentual seja destinado ao motorista. Atualmente o valor é de 2% ao trabalhador que exerce as duas funções, devido à retirada gradual de cobradores. A categoria solicita que a comissão seja de 4%.
A mudança na escala de trabalho também é elencada. A requisição é que a organização das atividades seja modificada de diária para semanal. "Que seja no mínimo semanal. Algumas empresas fazem mensalmente", aponta Amaral. Além disso, a categoria reivindica disponibilização maior de tempo para a realização do percurso, sendo possível intervalos para alimentação e outras necessidades.
Posicionamento patronal
O Sindicato das Empresas de Transportes Rodoviários de Pelotas declara que, nas negociações, a entidade pretende pautar o reajuste baseado no novo índice do INPC, sem a possibilidade do acréscimo de 5% de ganho real. O representante jurídico, Enoc Guimarães, aponta que apenas a reposição já impactará na tarifa. "Não tem condições, a tarifa hoje não suporta. O INPC que pretendemos oferecer já tem impacto na tarifa. Temos em Pelotas um dos maiores salários do Brasil."
O reajuste de 2% no percentual de comissão dos motoristas também é elencado pela patronal como inviável devido ao preço da passagem, que já estaria apertado. "O sistema não permite e o usuário não pode pagar. Quem paga a conta é o usuário", argumenta Guimarães.
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