História
Tecnologia 3D para preservar a história
Trabalho consiste em colocar o equipamento em diversas áreas do ambiente e captar diferentes posições para que uma visão total do espaço e dos objetos ali expostos seja adquirida
Carlos Queiroz -
A tecnologia como aliada na preservação histórica. Uma cidade conhecida por sua riqueza cultural e pelos prédios históricos necessita de precisão nos registros e também nas plantas arquitetônicas. Na busca por minimizar a ação do tempo, da natureza e do homem, surgem - e se encaixam - os avanços da tecnologia. Uma parceria da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) com um professor da Universidade Federal do Paraná e a empresa pelotense Triangular possibilitará que o Museu do Doce - localizado no Casarão 8 - e a Charqueada São João sejam mapeados por um Laser Escâner Terrestre (LET). O escaneamento irá gerar plantas com riquezas de detalhes e com contornos em 3D.
O trabalho consiste em colocar o equipamento em diversas áreas do ambiente e captar diferentes posições para que uma visão total do espaço e dos objetos ali expostos seja adquirida. As diferentes imagens são então sobrepostas por um software, o que gera a perfeição de cores - sem influência da iluminação - e profundidade dos detalhes esculpidos no gesso e na madeira. Surge a visão fiel do que é observado por quem visita o local. O aparelho transforma a realidade em pontos na tela do computador que, em um segundo momento, serão planos através da geometria.
Acessibilidade e documentação
O projeto de extensão O Museu do Conhecimento para Todos traz a cultura da cidade para todos os públicos. Uma das iniciativas dos bolsistas do Grupo de Estudos em Gráfica Digital (Gegradi) desenvolveu uma maquete que mostra o Museu do Doce a deficientes visuais. Em braile está o nome de cada sala e um caminho na madeira apresenta o trajeto que será percorrido pelos visitantes. Com o LET essa visão adquirida através do tato será ainda mais grandiosa. Serão realizadas maquetes com a parte de dentro e de fora do Museu, com toda a sua magnitude, com a forma real do telhado e das paredes.
Outra intenção do projeto é que essas imagens 3D cheguem à internet, tornando possível que pessoas de outros estados e países possam “caminhar” por dentro dos museus. O sistema será implantando no site do Museu do Doce, porém ainda não tem data prevista para isso acontecer. Até quinta-feira será realizado o trabalho de captura de ambientes. Depois entrarão outros processos, como inserção dos planos e mudanças no site para que suporte a tecnologia.
Palestra
Uma palestra abordará o tema para interessados em conhecer a tecnologia e entender o quanto este passo é importante para o município. A conversa ocorre hoje no Museu do Doce - situado no entorno da praça Coronel Pedro Osório - às 18h, ministrada pelo engenheiro cartógrafo boliviano Alex Soria Medina, que atua como docente do Departamento de Geomática da Universidade Federal do Paraná. A apresentação é aberta à comunidade e irá ser realizada uma demonstração do Laser Escâner Terrestre.
Interdicisplinaridade
A coordenadora do Gegradi, Adriane Borda, lembra que estes processos são inéditos na cidade e trazem impactos científicos e culturais. A preservação e o conhecimento 3D afetam áreas que vão desde a arquitetura até a terapia ocupacional.
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