Foram poucos dias em Pelotas. Apenas três. Mas tempo suficiente para a família do jovem Eduardo Cadore, 17, se surpreender com o Laranjal. Os pais do rapaz, o servidor público de Santa Catarina, Derci Medeiros, 55, e a professora Dilce, 53, percorreram mais de 800 quilômetros - de Xanxerê até Pelotas - para um campeonato de futebol no Fragata. Eles aproveitaram o tempo livre para conhecer a praia mas, após percorrerem o calçadão, depararam-se com o trapiche fechado. A alternativa para registrar imagens da praia foi subir no palco onde ocorreu o show da virada do ano, e assim, ter uma amplitude visual bem maior da Lagoa.

"Nós sempre ouvimos falar daqui e tínhamos muita curiosidade em conhecer", disse a professora ao perguntar se a praia era de mar. Depois de saber que era água doce, Dilce comentou que é sempre bom conhecer novos ares. Diante do ponto turístico da cidade fechado a cadeado, a família lamentou não poder avançar pela Lagoa.

De acordo com o secretário de Ações da Cidade, Flávio Al Alam, o trapiche não foi interditado, mas sim fechado para visitação em novembro, pois a sequência de temporais registrados na cidade entre setembro e outubro causou aumento do nível da Lagoa dos Patos e gerou danos nas partes da estrutura. Quem olha ao longe, percebe que no "L" à esquerda, a passarela cedeu em um trecho.

Al Alam explica que a reforma no trapiche está sendo feita desde o dia 10 de dezembro. "Ao todo serão colocados 40 postes novos e refeitas as peças danificadas pelas enxurradas dos últimos meses", adiantou. A expectativa é de que em breve seja liberada a parte até o primeiro quiosque e de que ainda em janeiro a obra seja concluída.

Esta não é a primeira vez que o local é fechado. Em dezembro de 2021, o Município entregou o Trapiche do Laranjal, revitalizado, ao uso da população, após a estrutura passar por obras de requalificação. Com o investimento de R$ 140 mil, foi substituída toda a extensão das laterais, além da troca de parte do piso e construção de dois quiosques, um na entrada e o outro no final. Também foram recolocadas mais de cem estacas de reforço em toda a extensão de cerca de 480 metros, além de refeitos os corrimãos, dos dois lados, com material mais rígido. A reforma permitiu o acesso de pessoas cadeirantes.