Na nova gestão pública iniciada com o mandato da prefeita Paula Mascarenhas (PSDB), cada secretário assinou um Contrato de Gestão que guiará os trabalhos de sua pasta nos próximos quatro anos, e em alguns casos os objetivos definidos são audaciosos. Dentre elas está a Secretaria de Qualidade Ambiental (SQA), cujas metas incluem o plantio de 50 mil árvores até 2018 e a implantação de 14 praças até 2020.

A fim de garantir que se chegue aos números previstos, desde a assinatura do Contrato de Gestão no dia 24 de abril, o secretário Felipe Perez implantou algumas estratégias. A mais ousada delas é o Atlas de Arborização Urbana de Pelotas, que prevê o mapeamento e a identificação de todas as árvores do município, com o intuito de criar um guia de plantio para os moradores, acompanhar as espécies e prever possíveis problemas.

O projeto se iniciou no Jardim Europa há quase dois meses, onde dez mil árvores foram compiladas em 45 ruas. Na próxima semana, o bairro começará a receber novas plantas. O atlas funcionará como um inventário do patrimônio arbóreo, informa o arquiteto Fernando Caetano, um dos responsáveis pelo projeto. A aposta é de que se incentive a participação popular na arborização da cidade. "É um mecanismo de educação ambiental", comenta.

"Com certeza é possível", afirma o secretário quando questionado sobre a viabilidade de cumprir o prometido dentro do prazo estipulado, mas o trabalho não deve ser fácil. Para atingir as 50 mil árvores precisariam ser plantadas mais de 80 mudas por dia, contando finais de semana e feriados. Contudo, conforme informações da própria SQA, o período de plantio vai apenas de maio a agosto e a equipe disponível é de 15 funcionários, que se dividem entre horto, poda e técnicos agrícolas.

Nos próximos 40 dias a SQA lançará uma licitação para contratar a empresa que será responsável por parte do serviço de poda e limpeza de árvores, gasto previsto no Contrato de Gestão. O Horto Municipal que armazena as mudas utilizadas passará por requalificação, também prevista no Contrato, e o desejo de Perez é que ele passe a ser administrado pela Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR), setor que poderia desenvolver um melhor uso para o espaço, ressalta.

O cumprimento do Contrato de Gestão será avaliado trimestralmente e as metas de cada secretaria podem sofrer modificações, a partir disso. "São objetivos para trabalharmos", disse Perez. No caso de se atestar a impossibilidade de finalizar os pontos ao fim da gestão, o secretário informou que apresentará as razões.

OCUPAÇÃO DO ESPAÇO PÚBLICO
Espaços que devem passar por requalificação são a Praça do Obelisco, a Praça do Lindoia e a Praça da Paz Palestina, compromete-se o secretário. Os vizinhos dessa última aguardam ansiosamente por mais interesse no local de 7,8 mil metros quadrados, que conta com poucas árvores e escassez de mobiliário urbano. Os bancos que existem foram instalados por estudantes que vivem nas proximidades, conta a aposentada Gilka da Silveira, 80.

"Com a falta de movimento também aumentam os assaltos", afirma. Getúlio Agrello, 79, outro morador do entorno, gostaria de ver o local sendo ocupado com piqueniques e atividades ao ar livre, a exemplo do que acontece na praça Coronel Pedro Osório. "Mas para isso precisa de investimento", diz.
Pelotas tem 60 praças, segundo a SQA, e o local com mais espaços públicos é a Cohab Fragata. Para definir uma área como praça é necessário que ela atenda às necessidades de convívio da comunidade, que se apropria do local, explicou Fernando Caetano, podendo ter bancos, árvores, brinquedos e iluminação.   

METAS DA SECRETARIA
- Plantar 50 mil árvores até 2018
- Implantar 14 praças até 2020
- Realizar a supressão de 40 árvores de pequeno e médio porte por mês, até 2020
- Realizar podas de 500 árvores de pequeno e médio porte por mês, até 2020
- Reestruturar o Horto Municipal até 2017
- Licitar, até julho de 2017, empresa para
* Retirar ervas de passarinhos em 100 árvores de grande porte, por mês, até 2018
* Realizar podas em 300 árvores de grande porte, por mês, até 2018
* Realizar supressão de 20 árvores de grande porte, por mês, até 2018