Tecnologia
Uma nova cara para a Coinpel
Mudanças de endereço e perfil de atuação pretendem transformar a companhia em uma gerenciadora de tecnologias
Jô Folha -
Programas que melhoram o funcionamento da cidade se tornaram uma grande demanda, pois a população percebeu sua utilidade e esses softwares agora são necessidades. Há 27 anos a desenvolvedora dessas tecnologias é a Companhia de Informática de Pelotas (Coinpel), cujo projeto mais recente, a informatização dos postos de saúde, faz parte da mudança de foco que busca sua nova diretoria.
A Coinpel é uma empresa pública de Pelotas e atua em moldes semelhantes à Empresa Municipal do Terminal Rodoviário de Pelotas (Eterpel). É o órgão responsável por todos os serviços que envolvem tecnologias da informação dentro do Poder Público, e ainda tem a possibilidade de oferecer seus serviços a outras prefeituras e também empresas privadas, explica o diretor-presidente empossado há pouco mais de três meses, Eduardo Carpena.
A companhia realiza as manutenções de redes, cabos de fibra ótica, computadores, servidores de e-mail, entre outros serviços da Administração. "Toda a estrutura relacionada à internet é da Coinpel", afirma Carpena. Porém, o trabalho é muito para poucos funcionários, e essa é a principal dificuldade. A equipe conta com 27 funcionários, que hoje se dividem entre o prédio da sede, onde ocorrem os atendimentos e a manutenção de redes, e as novas instalações no Pelotas Parque Tecnológico (PPT), que comportam a administração, a diretoria e a criação de softwares. Por isso, a companhia tem fechado parcerias com empresas especializadas no desenvolvimento de programas, e focado seus esforços no gerenciamento do conteúdo.
"Estamos mudando o perfil", enfatiza Carpena, que é bacharel em Computação e funcionário da Coinpel há 22 anos. Para isso, a mudança de endereço foi estratégica, pois no PPT pretende-se fomentar um polo de desenvolvimento tecnológico a partir de pequenas empresas de informação. E firmar parcerias com os desenvolvedores na sala ao lado é muito mais fácil.
O futuro
A prefeita eleita de Pelotas, Paula Mascarenhas (PSDB), diz que ainda não se chegou a uma decisão final sobre o futuro da Coinpel nos próximos quatro anos, mas as discussões estão sendo feitas de forma a valorizar a inteligência da companhia e trazer mais eficiência, diminuindo os custos. "Queremos modernizar, mas sem prejuízos", enfatiza a atual vice-prefeita. Uma das propostas estudadas é ceder a manutenção de equipamentos para terceirizadas, delegando à Coinpel os serviços diretamente ligados a novas tecnologias. Mas ainda há muito a ser planejado, reconhece Paula.
Os motivos de orgulho
O software Proges, desenvolvido pela Coinpel para o controle de projetos da prefeitura, despertou o interesse de outras cidades. Curitiba já faz o uso do sistema pelotense há um ano, e Campinas está viabilizando o programa. O sucesso do Proges foi o que abriu os olhos da futura administração para o potencial de gerenciamento da companhia, já que o acompanhamento de projetos importantes à prefeitura é todo feito através desse sistema.
Outra criação é o Edificapel, que busca reduzir ao máximo os entraves em construções. O programa possibilita o acompanhamento de projetos encaminhados a Secretaria Municipal de Gestão da Cidade e Mobilidade Urbana (SGCMU), através de computador e dispositivos móveis, e controla o tempo de atendimento de cada uma.
Atualmente, a Coinpel foca na informatização de todos postos de saúde do município, um trabalho intrincado que envolve softwares federais e municipais, além do programa Aghos, contratado pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS) em 2008. O Aghos, criação da GSH Gestão em Tecnologia e Saúde, custou R$ 81 mil por mês aos cofres públicos, mas hoje nada mais se paga para a utilização desse serviço, informa Carpena.
Liberdade para criação
Os projetos são montados conforme as demandas encontradas dentro da administração pública. São realizadas reuniões em que se discutem as possibilidades de criação do softwares pela equipe, ou a necessidade de contratação de desenvolvedoras terceirizadas. Pela falta de pessoal, a companhia não está criando novos projetos para terceiros, apenas para a prefeitura. Esses programas são adaptados aos demais interessados em adquiri-los.
Equipe
Setor de desenvolvimento - sete funcionários e três estagiários
Setor administrativo - cinco funcionários
Infraestrutura - seis funcionários e seis estagiários
Serviços contratados da Coinpel pela prefeitura
2013
- Maio - Prestação de serviços especializados de informática para a Secretaria Municipal de Saúde, pelo valor de R$ 49,2 mil por mês, durante um ano. Renovado por mais 12 meses em maio de 2014, março de 2015 e abril de 2016, com valor atual de R$ 60,8 mil.
- Março - prestação de serviços especializados de informática para a Secretaria de Gestão Administrativa e Financeira, por um ano, no valor de R$ 65,6 mil por mês. Foi renovado em fevereiro dos três anos seguintes, e o valor reajustado é de R$ 80 mil.
2014
- Setembro - Prestação de serviço de manutenção do sistema de videomonitoramento do Gabinete de Gestão Integrada Municipal, pelo período de 36 meses com valor de R$ 10 mil. Foi reajustado em dezembro de 2015, para R$ 10,7 mil.
- Maio - Prestação de serviços especializados de informática durante um ano, pelo valor de R$ 54,8 mil por mês. Teve um reajuste em julho de 2015, para R$ 57,1 mil, quando foi renovado por mais três meses. Em setembro do mesmo ano foi renovado por nove meses, e em agosto de 2016 por mais um ano, pelo valor reajustado de R$ 64 mil.
- Março - Serviços especializados de informática para o Sanep, por R$ 758,2 mil durante um ano. Renovado por mais um ano em março desse ano.
(*) De acordo com o Portal da Transparência
Licitação para o Pelotas Parque Tecnológico
É esperada para a última semana de novembro o lançamento do edital para escolha das empresas que se instalarão no PPT, informa o secretário de Desenvolvimento Econômico e Turismo, Fernando Estima. Todos os documentos estão com a Procuradoria Geral do Município, que precisa dar seu aval nos contratos. Serão disponibilizadas oito vagas a empresas consolidadas e 19 às chamadas startups, que devem atuar nas áreas de tecnologia da informação, tecnologia em saúde e indústria criativa. O secretário acrescenta que, em paralelo, será divulgada licitação para contratar serviços necessários ao funcionamento do prédio, como cafeteria e restaurante.
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