Incógnita

UPA da Bento sem previsão de abrir as portas

Sem a certeza de recursos financeiros, SMS não tem como definir o tamanho da equipe nem quantos atendimentos deverão ser prestados por dia; gestão da unidade também gera dúvida

Paulo Rossi -

O cenário é de incertezas.

Não há perspectiva de a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da avenida Bento Gonçalves, área central de Pelotas, entrar em funcionamento. A inauguração deve ficar apenas para 2018. Obter o alvará junto ao Corpo de Bombeiros, para poder finalizar a obra, é apenas uma das pendências. A principal refere-se à falta de verba para manter a Unidade em operação. Hoje, a prefeitura desembolsa cerca de R$ 475 mil, por mês, para que a UPA da avenida Ferreira Viana permaneça de portas abertas. Não haveria, entretanto, fôlego financeiro para fazer o mesmo.

Quem afirma é a secretária de Saúde, Ana Costa. "Hoje, a realidade não nos permitiria arcar com este tipo de valor, mas este é o nosso desafio e estamos realizando discussões de financiamento". A liberação de recursos com União e Estado precisaria evoluir. Para a UPA da Ferreira Viana o repasse mensal, entre as duas esferas de governo, fica em torno de R$ 200 mil. E, atualmente, não há nenhum valor assegurado para colocar a UPA Bento em funcionamento.

A indefinição, portanto, reflete em uma série de decisões. A Secretaria de Saúde não está em condições de afirmar, sequer, o porte em que a UPA - antes programada como 3 - irá se enquadrar daqui para frente. O tamanho da equipe está em aberto. O número de atendimentos que poderia ser prestado por dia, consequentemente, também. "O nosso desejo é abrir, minimamente, com o mesmo porte da UPA do Areal, embora exista o dobro do tamanho físico", afirma a secretária. E a média de atendimentos na UPA Ferreira Viana tem atingido os seis mil pacientes por mês. É, ao menos, um parâmetro.

Pendências e negociações na UPA Bento 
- Alvará e obras - Todos os corredores permanecem sem o forro, para eventualidade de novas adequações ainda terem de ser feitas por indicação do Corpo de Bombeiros. Nos próximos dias, representantes da Secretaria de Saúde devem reunir-se com os Bombeiros, com a intenção de obter o alvará e poder evoluir na conclusão das obras. A fase é de acabamentos. Portas e janelas estão instaladas. Pisos e revestimentos em paredes também, assim como a pintura, que já aparece e segue o modelo da UPA do bairro Areal.
- Mobiliário e equipamentos - Parte do material já foi adquirida, como o aparelho de raios X; um dos investimentos mais altos. Um gerador de energia integra a lista do que precisará ser comprado e levaria em torno de 60 dias para ser entregue. É a estimativa.
- Verba e gestão - Afora as negociações para viabilizar o repasse de verbas junto aos governos federal e estadual, a Secretaria de Saúde também terá de decidir como será a gestão da UPA; possivelmente nos moldes do que ocorre na Ferreira Viana, em que a Fundação Hospitalar Getúlio Vargas assumiu a tarefa. Um chamamento público, entretanto, ainda terá de ser realizado para decidir quem responderia pela gestão. Contatos também precisariam ser feitos, oficialmente, às universidades Federal e Católica de Pelotas, para verificar a possibilidade de ser firmada parceria - afirma Ana Costa. E, por toda a conjuntura de indefinições, a secretária admite a dificuldade em abrir a UPA Bento em 2017.
- Atendimento odontológico - Equipamentos já foram adquiridos e devem se transformar em referência ao atendimento odontológico pelo Sistema Único de Saúde (SUS) à noite; uma demanda que as Unidades Básicas de Saúde (UBSs) não abarcam. É possível que o serviço passe a ser prestado ainda antes de a UPA Bento estar em funcionamento. A hipótese está em avaliação.
- Samu - Toda a estrutura do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) pode ser transferida da área localizada atrás do Hemocentro para a UPA Bento, já que - por questões financeiras - parte do prédio corre o risco de ficar ociosa; assim como ocorre em várias cidades do país, onde há falta de apoio da União e dos estados e as prefeituras não têm conseguido manter as Unidades em operação.

Relembre
Há exatamente um ano, a prefeitura assinou contrato com a empresa Marques Imóveis Construtora e Imobiliária, que passou a responder pela obra da UPA da avenida Bento Gonçalves. Na oportunidade, o Executivo projetou que a Unidade deveria estar de portas abertas à comunidade no começo de 2017.

É um sonho que se arrasta. A construção começou há mais de três anos, chegou a ficar paralisada e o contrato com a empresa que tinha assumido a execução da obra - como primeira colocada da licitação - acabou rescindido. Até que se iniciasse esta segunda fase.

Na Zona Norte projeto terá de esperar
A população da Zona Norte também terá de aguardar. E sem qualquer data. Nem para o começo das obras. Sem dinheiro assegurado para tirar o projeto do papel, a Secretaria de Saúde ainda não definiu se manterá a ideia de mais uma Unidade de Pronto Atendimento ou se adaptará a proposta inicial a uma Unidade Básica de Atendimento Imediato (Ubai), nos moldes da que funciona no Navegantes.

Em solenidade em agosto de 2014, o então prefeito Eduardo Leite (PSDB) anunciou a empresa que se encarregaria de elaborar o projeto e chegou a afirmar que, com segurança, a entrega da unidade se daria no primeiro semestre de 2016. O corte no repasse de verbas federais, entretanto, estagnou os planos.

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