Hospital Escola
Vereador pede rompimento de contratos com Hospital Escola
Líder do governo afirma que greve dos residentes afeta atendimentos; secretaria descarta possibilidade
Ederson Avila - Marcola pede que a Secretaria da Saúde rompa contratos com o Hospital Escola
Por Douglas Dutra
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A falta de anestesiologistas, que se arrasta há meses, e a greve de residentes no Hospital Escola da Universidade Federal de Pelotas (HE/UFPel), deflagrada na semana passada, seguem afetando pacientes e repercutindo em Pelotas. Ontem, a situação foi pautada pelo vereador Marcos Ferreira, o Marcola (sem partido), líder do governo no Legislativo na sessão representativa da Câmara.
Em sua fala, Marcola sugeriu que a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) rompa contratos junto ao HE que não estejam sendo cumpridos pela falta de médicos. O vereador disse defender o direito à greve, mas questiona a mobilização dos residentes, que criticam a falta de condições de realizar atendimentos. "O hospital que forma está formando profissionais que já fazem a greve", criticou.
O líder do governo afirmou que já encaminhou à secretária de Saúde Roberta Paganini a sugestão de quebra desses contratos. "E, se possível, repassar para os outros hospitais que querem trabalhar."
Ao Diário Popular, a assessoria do HE disse que a contratualização de 2023 ainda não foi finalizada. Explica, ainda, que a greve é apenas de residentes em cirurgia geral e que os cirurgiões concursados do hospital não estão em greve e seguem atendendo. Questionado sobre a contratação de anestesistas, problema que deu origemà crise, o HE informou que não houve avanços.
Secretaria descarta possibilidade
Em nota, a secretária Roberta Paganini descartou a possibilidade de romper contratos com o Hospital Escola. Ela explica que o acordo com a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), estatal que administra o HE, prevê a realização de diversos procedimentos além das cirurgias, como internações clínicas e maternidade. "Não avaliamos a possibilidade de cortar contratos, pois os valores são repassados com base na produção", argumentou a secretária.
O texto encaminhado via assessoria explica ainda que o valor é repassado diretamente do fundo do Ministério da Saúde à Ebserh, que a pasta acompanha a realização de procedimentos e que, caso haja menos atendimentos do que o previsto, o Ministério é informado para fazer os devidos descontos. Segundo a secretária, a produção hospitalar é processada com um atraso de três meses e ainda não consta uma diminuição de atendimentos decorrente da falta de anestesistas.
Entenda o problema

A crise pela falta de anestesistas para a realização de cirurgias no Hospital Escola se agravou em novembro. Dos 12 especialistas necessários, apenas sete continuaram atendendo. Com isso, uma série de cirurgias consideradas eletivas acabou sendo adiada. No final de dezembro, o HE lançou dois editais para a contratação de profissionais. No entanto, até o momento não houve avanço.
Na última semana, nove dos 13 médicos residentes de cirurgia divulgaram nota reclamando que a falta de anestesistas compromete a formação. O grupo iniciou uma greve demandando solução para o problema.
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