Estiagem

Zona Sul chega a seis Municípios com emergência homologada pela Defesa Civil Nacional

Em poucos dias o número de cidades com decretos reconhecidos apontando prejuízos da seca subiu de 13 para 52 no Estado

Divulgação - Mais de 50 municípios no RS sofrem com a seca

Por Victoria Fonseca
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(Estagiária sob supervisão de Vinicius Peraça)

Mais quatro municípios da Zona Sul do Estado tiveram decretos de situação de emergência reconhecidos pela Defesa Civil Nacional. Arroio Grande, Arroio do Padre, Pedras Altas e São José do Norte se somam a Herval e Pinheiro Machado na lista das cidades atingidas pela estiagem com a emergência homologada pela União.

Conforme os impactos negativos devido à falta de chuvas no Rio Grande do Sul vão aumentando, o número de cidades que têm que recorrer aos governos estadual e federal em busca de recursos para atender a população e reduzir as perdas vai crescendo. Na última semana, no Estado eram 13 as cidades com o documento reconhecido pela Defesa Civil Nacional. Poucos dias depois, o número subiu para 52. Na Metade Sul, à época eram duas cidades, agora são seis.

Pedras Altas teve a situação homologada nacionalmente na ontem. Há 15 dias, quando a Prefeitura emitiu o decreto, as perdas eram calculadas em mais de R$ 50 milhões. "Com certeza agora já deve estar mais porque de lá para cá não choveu. Tá feia coisa", conta o prefeito José Oliveira (PT).

O Município tem que garantir o abastecimento diário de água potável a 40 famílias do interior. No entanto, não há nenhum caminhão-pipa e o serviço tem que ser realizado por uma caçamba. Para atenuar os efeitos da seca, Oliveira enviou à Câmara de Vereadores um projeto de lei em busca da autorização para desembolsar R$ 800 mil do cofre municipal para a construção de poços artesianos e realização de medidas como limpeza de açudes e cacimbas. "Para tentar amenizar. A gente sabe que não vai resolver hoje, porque se não chover não resolve, mas para o ano vamos estar mais prevenidos", explica.

A soja é o principal cultivo de Pedras Altas. São 50 mil hectares de plantação e, entre a agricultura e a bacia leiteira, Oliveira projeta que o prejuízo deve chegar à cifra de R$ 70 milhões.

Poços são alternativa

Já em Arroio do Padre, as perdas somam R$ 18 milhões. Desse montante, R$ 14,5 milhões são de prejuízo nas lavouras de tabaco, principal cultura do Município. Como medida de prevenção dos efeitos da estiagem na agropecuária, desde novembro do ano passado poços artesianos estão sendo perfurados para dessedentação de animais. Já foram 80 escavações.

Ainda assim, para a população a solução não é tão simples. São 40 famílias precisando ser abastecidas periodicamente com caminhões-pipa, situação semelhante a Pedras Altas. Para o prefeito Rui Peter (DEM), a seca deste verão está sendo mais intensa em comparação ao último ano. Em 2022, as perdas foram de R$ 9 milhões, metade do que já foi calculado em Arroio do Padre até o momento.

No ano passado, a situação de emergência da cidade também havia sido reconhecida pelo governo federal e R$ 135 mil foram repassados para a administração municipal. No entanto, a verba só chegou dez meses depois que o decreto foi emitido. O recurso é utilizado principalmente para a abertura de poços artesianos, que realizam a captação de água mais imediata. "Às vezes a gente precisa aplicar imediatamente", comenta Peter.

Conforme dados da Emater, o milho é o cultivo mais impactado no sul do Estado, com as perdas já chegando a 30% das lavouras, seguido da soja com 15% de estrago.

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