Lisiani Rotta

A virada

Por Lisiani Rotta
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Normalmente, quando um ano termina, vem à minha mente a retrospectiva. Penso em tudo o que vivemos e o ano que passou num piscar de olhos se torna um imenso relicário. Já nas últimas horas do último dia, eu migro para o presente. Curto intensamente a felicidade de estar com quem estou e me sinto grata por vê-los bem e com saúde. O futuro só me ocorre na hora zero, a hora exata da virada, no instante em que os fogos são lançados ao céu, quando a rolha do espumante salta ostensiva em meio aos gritos e palmas, quando o último segundo do ano se transforma, subitamente, em passado. É apenas neste momento, quando nos vemos esperançosos com o livro em branco que se abre à nossa frente, no instante em que abraçamos a família e os amigos e desejamos a todos as melhores coisas da vida, que eu me lembro do futuro. Assim, abraçada aos meus queridos, eu penso no amanhã mais lindo que posso imaginar e o desejo a cada um deles, ardorosamente, como se as minhas palavras tivessem o poder de tornar sonhos em realidade.

Quem dera cada palavra dita concedesse uma graça, uma bendição na hora zero! Sabe que no fundo da minha alma eu não duvido disso? Da força das palavras? Do poder do desejo? É. O tempo passou tão rápido que esqueceu de levar a minha ilusão. Até hoje o encantamento do Natal e do réveillon continua a causar efeito em mim. Guardo minha alma de criança num cantinho do meu ser. Considero o Natal a festa mais linda do ano. A festa da família.

O encontro mais esperado. O réveillon é uma espécie de catarse, o encerramento de um ciclo. A festa da abertura da temporada de verão. A dança da chuva indígena adaptada à saúde, à paz e à prosperidade. Réveillon é a festa do descarrego, ressurreição da esperança, das promessas, das metas, da resiliência, do seguir em frente. Não me lembro de viver um final de ano como este. Sinto um misto de angústia e ansiedade.

Minha bola de cristal prevê tempos difíceis. Meu sensor acusa tormentas e temporais. Sinto os dias finais deste ano, como passos que levam ao abismo. Jamais me senti assim, com medo do futuro, assustada com as provações que nos aguardam. Porém, como não posso parar o tempo, busco abrigo no presente e vivo um dia de cada vez. Sei que viemos ao mundo para servir, amar e evoluir. Tento me concentrar nisso e fortalecer o meu espírito para os desafios que virão. Desejo a você, querido leitor, um ano repleto das melhores surpresas, muito amor, sabedoria, coragem, determinação, paz, prosperidade e saúde pra dar e vender. Feliz 2023! Que Deus nos proteja!​

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