Editorial

Angústia e cobertura policial

Os dados mostram. As interações em rede social também. Pauta de Segurança, ou polícia, no linguajar mais geral, são as que mais chamam atenção da população. Para um jornal, é muito fácil cair na facilidade de espalhar sangues pelas páginas - ou pelas redes, agora. Vai gerar interação, vai gerar clique, vai dar like. Mas isso é o certo? Na opinião da Redação do Diário Popular, não. Não é.

Não à toa, a repórter Anete Poll, com quase 40 anos de carreira, foi eleita no final do ano passado, pelo Sindicato dos Jornalistas de Rio Grande, a repórter destaque pela cobertura que fez em relação à crescente - e posterior queda - da criminalidade na cidade. Na edição deste final de semana, a editoria de Segurança traz uma ampla matéria sobre o caso do rapper que agrediu a namorada. O caso gerou repercussão nas redes sociais, mas o DP, mais uma vez, não caiu no senso comum. Houve até crítica pela demora, mas para a Redação há a tranquilidade de que foi feita uma apuração correta dos fatos.

Aliás, a violência contra a mulher é um tema crescente, infelizmente. Ano passado, Pelotas teve alta nos feminicídios. Fora os casos de agressão. Ter uma mulher na editoria de Segurança, além de dar uma visão mais própria dos casos, ajuda demais no tato de como lidar com situações tão absurdas como as que encontramos diariamente nos boletins de ocorrência.

Na edição de sexta-feira do DP, mais uma vez, uma ampla cobertura sobre um tema. Dessa vez, sobre os números gritantes de desaparecimentos em Pelotas. Além do sempre lembrado Caso Cláudia, de 2015, ainda restam outros 54 sem solução nos últimos três anos. Um levantamento que demandou semanas de trabalho e certamente deverá repercutir entre autoridades, famílias e pesquisadores.

A cobertura responsável de Segurança, por mais que haja angústia para ler logo sobre um tema, sempre foi um norteador da Redação do Diário Popular. Quando não se fez isso, normalmente houve algum erro. Por mais que o mundo que vivemos cobre o imediatismo, não vamos, nem iremos, nos entregar ao ímpeto de fazer logo antes de fazer bem, seja qual for a editoria. É o que diferencia o DP em confiabilidade e que nos fez chegar ao 134º ano de história.

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