Editorial

Aperto financeiro

Nas edições de quinta, sexta e final de semana, perrengues financeiros foram destacados na capa do nosso Jornal. Na primeira eram os hospitais filantrópicos de Pelotas vindo a público em uma ação conjunta inédita para expor os problemas da tabela SUS e os déficits mensais que, em média, batem os R$ 3 milhões em apenas quatro hospitais da cidade. Na seguinte, um levantamento feito pelo repórter Douglas Dutra com dados obtidos via Serasa mostram que dois a cada três pelotenses têm dívidas. A terceira citada é a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) expondo um rombo financeiro que faz uma das mais importantes instituições dessa cidade estar cogitando fechar as portas.
Esses são três casos dentre tantos que surgem. Pelotas está em situação de emergência após chuvas que causaram um rombo que beira os R$ 100 milhões em apenas um mês. É o terceiro decreto do tipo só esse ano, após a estiagem do verão e o ciclone de julho. A editoria de Agronegócio também trouxe problemas no pêssego e no leite, fora outras perdas ainda não contabilizadas, como do hortifrutigranjeiro, devido às intempéries climáticas. O esporte, então, nem se fala. Brasil e Pelotas estão de férias até 2024 e resta o Farroupilha que, todos sabemos, trabalha com um orçamento mínimo há muitos e muitos anos.

Por fim, chegamos à edição de hoje, em que na página 9 trazemos a projeção da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de Pelotas, enviada pela prefeita Paula Mascarenhas (PSDB) à Câmara de Vereadores, prevendo um déficit de R$ 282 milhões. O motivo todo mundo já conhece: problemas em série, repasses minúsculos de outras esferas de governo, especialmente o federal, o pós-pandemia, entre tantos outros.

Em comum, todos os temas citados trazem apreensão à cidade. À comunidade e aos administradores. Enquanto se salta aos olhos uma Pelotas pode ser, a Pelotas que é atualmente gera temor. Houve um avanço significativo em termos de “cara” à nossa Princesa do Sul nos últimos anos e não podemos aceitar um recuo, voltar a ter um carimbo de cidade quebrada. Há que apertar, que se unir e avançar para que enfrentemos todos esses problemas de alguma maneira, seja indo a Brasília e a Porto Alegre bater em gabinetes, seja tendo - e estimulando - ideias por aqui.

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