Cinema

Assassinos da Lua das Flores

Por @gracavignolo

Filmes ambientados nos períodos de 1910 a 1940 não são meus preferidos. Nem sei explicar o motivo. Então eu questionei se deveria assistir ao filme dirigido por Martin Scorcese.

Mas como não ir ao cinema prestigiar um dos principais cineastas vivo? E deixar de ver Robert de Niro contracenar com Leonardo DiCaprio? Ignorar que o filme foi aclamado no Festival de Cannes? Eu não tenho esse direito. E fui ao Cineflix, à tarde, pois são 3h36, e com legendas (ainda bem).

Ernest (DiCaprio) volta da guerra e procura por seu tio, William Hale (De Niro), para ter moradia e emprego. Seu tio tem um bom acordo com os Osage, uma tribo de indígenas que ficou rica com o descobrimento de petróleo em suas terras.

É perceptível que todos os "brancos" estão de olho nas ricas terras, herança e dinheiro. Por isso, se casam com índias e fingem amá-las. E o massacre dos índios "NiuKonska" (como eram conhecidos) logo acontece.

Ernest se casa com Mollie (Lily Gldstone), uma nativa americana, dona de grande parte das terras, e também a responsável pela denúncia feita ao presidente americano, que depois envolveu o poderoso J. Edgar Hoover, primeiro diretor do FBI.

Eu fui para testar os importantes primeiros 16 minutos de um filme. Aqueles primeiros minutos em que um diretor tem que mostrar a que veio e dar ao público um motivo a mais para ficar sentado por tanto tempo. E não consegui desviar meus olhos da tela.

É inspirado em fatos ocorridos, onde hoje se localiza o estado de Oklahoma, e baseado no livro do jornalista David Grann, Assassinos da Lua das Flores: Os Assassinatos de Osage e o Nascimento do FBI, lançado em 2017.

Os membros Osage se tornaram as pessoas mais ricas do mundo e, é claro, atraíram para o local, inúmeros mal-intencionados. O massacre começou em 1921 com o assassinato de dois membros indígenas. Alguns dias após, vários outros foram encontrados nas mesmas circunstâncias: baleados e deixados em lugares isolados. Outros desapareciam. E não havia qualquer investigação. Afinal todos eram coniventes. Inclusive médicos, que ajudavam a envenenar os indígenas.

No verão de 1925, uma nova agência de segurança do governo, enviou investigadores ao local e a farsa não demorou a ser descoberta. Não darei mais detalhes porque são spoilers.

Vale a pena, nem senti as horas passarem. Portanto, vá logo, se indigne com o que aconteceu e se permita assistir a um bom filme, com um dos melhores diretores. Ele faz uma aparição bem ao final.

Nota 10.

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