Editorial
Basta!
Em duas matérias da edição de hoje do Diário Popular o leitor irá se deparar com a temática de feminicídio dentro dos textos. Uma trata-se de suspeita, em Rio Grande, na página policial e, outra de um protocolo de cooperação para execução de Diagnóstico Específico dos Serviços da Rede Especializada de enfrentamento à violência contra a mulher em Pelotas. A temática grita e volta a preocupar, dados os casos recentes.
O caso de Rio Grande é assustador. A vítima teria sido levada à UPA Cassino sem vida pelo agressor que, disfarçando parte dos sinais de agressão, foi embora livremente sem ser acusado. Só posteriormente o caso veio à tona, muito pela pressão midiática, dos profissionais da imprensa de Pelotas e Rio Grande que pressionaram as autoridades diante da inconsistência do caso.
Já em Pelotas, após uma alta considerável de óbitos neste ano, a hora é de ligar o alerta. O último caso ainda repercute. É o caso da mulher morta por um ex-companheiro nas Três Vendas. O filho dela, ao chegar durante a agressão, matou o homem. Ela foi atendida, mas não sobreviveu. Amanhã haverá um ato contra esse tipo de violência, organizado por ex-colegas dela. Um corredor com plantas para homenageá-la.
Vivemos em tempos de Maria da Penha sendo uma das leis mais conhecidas por seu papel de conscientização, um ensinamento vindo desde os anos iniciais em escolas e com toda uma movimentação social e midiática pelo fim da violência de gênero. Entretanto, as estatísticas vão na contramão. São muitas as razões apontadas por especialistas e estudiosos da área, que passam por sensação de poder sobre a vítima e, claro, a percepção de impunidade.
Algo está falhando, e até abril, será feito o diagnóstico pelas entidades para tentar entender qual a razão para isso. É importante que haja apoio de grupos e poder público para facilitar esse tipo de trabalho. A cobrança por dados deste tipo de atuação não pode ser vista como política e ideológica. É questão de sobrevivência, para que as estatísticas diminuam e mulheres tenham a tranquilidade de viver com a liberdade de apenas existir, sabendo que podem tomar o rumo que for em suas vidas sem a preocupação de que alguém irá tirar sua vida apenas pelo fato de ser mulher.
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