Opinião

Capacidade administrativa e a estratégia

Por Eduardo Gil da Silva Carreira
Pós-Graduando em Governança Pública

O mecanismo da estratégia na execução da Governança Pública possui protagonismo para evitar erros e ações inadequadas, concretizando políticas públicas que atendam às necessidades da sociedade de forma eficaz, eficiente e efetiva. A estratégia estabelece condições, preferencialmente inovadoras, para incentivar o crescimento e medir o progresso em direção a ele.

Aprimorar a capacidade de resposta da administração em face das demandas da coletividade, exige um conjunto de dados imprescindíveis para a tomada de decisões assertivas, em um menor espaço de tempo, por meio do controle de dados, uma análise acurada de riscos e aplicação de modelos efetivos para governança. Em que pese a imprevisibilidade de ações que transcendem a Administração (intempéries, decisões judiciais,...), o planejamento financeiro não deve estar totalmente vulnerável, mantendo-se atento ao potencial crescimento de despesas, somado a um declínio de arrecadação e de repasses, o que culmina com comprometimento do grau satisfatório de investimentos. Tais fatos impactam e podem gerar um expressivo déficit orçamentário. Logo, o processo de definição dos objetivos de longo prazo da administração, bem como a efetivação de ações necessárias para alcançá-los, devem estar claros para todos agentes envolvidos. A eficácia da estratégia pública depende em grande parte de uma governança sólida. A capacidade administrativa eficaz garante que as estratégias sejam desenvolvidas e implementadas de forma transparente, responsável e participativa. O planejamento estratégico claramente definido e comunicado pode fornecer orientação para a governança, ajudando a alinhar as atividades e decisões do governo com os objetivos esperados, identificando as prioridades, promovendo certeira alocação de recursos, com a devida avaliação de riscos, para ao final alcançar metas específicas. A estratégia pública envolve também a análise cuidadosa do ambiente político, social, econômico e tecnológico para nortear as decisões.

A abordagem dos problemas públicos detectados deve ser cuidadosa e adaptativa, sendo encaixada de forma possível nos recursos limitados, a fim de impulsionar o desenvolvimento. A interação da capacidade administrativa com a estratégia pública, é essencial para o bom funcionamento e sustentabilidade da administração, e para a realização de políticas públicas que atendam às necessidades e expectativas dos cidadãos. Contudo, a administração é composta de pessoas, e essas quem promovem a estratégia! Assim, a existência de cargos sem ação e ocupados por agentes de pouco relevância e sem capacidade técnica, comprometem o protagonismo da transição para uma administração de sucesso. Corroboram ainda a necessidade de equilibrar interesses diversos que influenciam na governabilidade - dentre este o político-partidário derivado da legitimidade democrática, ou outros que obstam nossa atuação coerente e coordenada. Pode-se incluir também a relevância da colaboração entre diferentes níveis de governo, setores da sociedade e partes interessadas.

A estratégia pública, combinada com a governança, deve racionalizar as ações e harmonizar o atendimento das demandas com a disponibilidade de recursos, inspirando melhores gestores a monitorar constantemente o progresso e as atividades, evitando erros e ações inadequadas. Desse modo, será gerada uma entrega de valor público mais significativa para sociedade, com agilidade e sustentabilidade, fortalecendo a governança.

Carregando matéria

Conteúdo exclusivo!

Somente assinantes podem visualizar este conteúdo

clique aqui para verificar os planos disponíveis

Já sou assinante

clique aqui para efetuar o login

Anterior

Cada dia é uma nova oportunidade de aprendizado e de evolução espiritual

Próximo

Deixe seu comentário