Editorial
De que lado estamos
Nunca antes na história desse País se discutiu e vigiou tanto as posições políticas. No entanto, passada a duríssima eleição de 2022, será que já não é hora de ter que mudar isso daí?
O questionamento, claro, é mera provocação, visto que cada indivíduo tem direito absoluto a concordar ou discordar de qualquer pensamento político, sempre levando em conta o respeito à democracia e, principalmente, ao igual direito de expressão de quem está em posição diametralmente oposta.
Mas e no caso da imprensa, de que lado está? Com frequência profissionais do Diário Popular se veem diante da pergunta. Políticos, autoridades, empresários, sindicalistas, todas estas categorias e representações da sociedade em algum momento fizeram a interrogação ou, no caso de alguns mais exaltados, apontaram de forma definitiva que um repórter, fotógrafo, editor - ou o Jornal como um todo - representam a direita, defendem a esquerda, são contra A ou contra B.
E não é de hoje. E não se trata, portanto, só de oposição entre lulistas e bolsonaristas. Ao longo de sua história, o DP habituou-se a manifestações locais de apoiadores de quem estava no governo porque, supostamente, pegava no pé do prefeito do momento. Fosse ele Bernardo de Souza (PMDB, depois PPS), Anselmo Rodrigues (PDT), Fernando Marroni (PT), Fetter Júnior (PP) ou Eduardo Leite e Paula Mascarenhas (ambos do PSDB), só para citar alguns mais recentes. Como, da mesma forma, críticos destas gestões indicaram (e indicam) que o Jornal as favoreceria.
A verdade é que, embora estas ilações por vezes causem dor de cabeça e incômodos desnecessários, no fundo elas não deixam de ser também mérito do DP. Afinal, significa que a empresa e seus repórteres atuam com profissionalismo, com o máximo esforço para que relatem em reportagens os fatos e nuances com independência e compromisso em tornar público o que necessita ser de conhecimento de todos. Sem interferências do que pensam pessoalmente dirigentes da empresa, autoridades do momento ou quaisquer outros personagens da sociedade. Independência esta que se soma à pluralidade assegurada nos artigos e crônicas de colunistas e colaboradores que diariamente emitem diferentes posições e olhares sobre o mundo para que o leitor faça seu juízo e reflexão.
O Jornal erraria e prejudicaria a si próprio mas, principalmente, ao público e à sociedade se agisse diferente, hasteando ou recolhendo bandeiras. Mesmo quem hoje reclama e um dia já elogiou (ou vice-versa) sabe que, no fundo, jornalismo é assim. E que o DP não estaria firme no mercado há 132 anos se fosse pautado pelo alinhamento cego a grupos políticos, econômicos ou sociais. Estamos do lado da informação, da notícia e da relação transparente com os leitores.
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