Opinião
Desastres naturais, governos, democracia e terraplanismo
Por Pedro Eduardo Almeida da Silva
Professor titular da Furg
O movimento que presenciamos de enfrentamento das consequências da tragédia das enchentes foi de valentia, dignidade e solidariedade do povo gaúcho. Estas manifestações orgulham a todos que foram agraciados por nascerem nestas terras do sul do mundo. Por outro lado, as causas dos repetidos desastres ambientais, que ocorrem no Brasil e no mundo, merecem uma profunda reflexão sobre os diferentes aspectos que envolvem as mudanças climáticas. O quanto estamos preparados para enfrentar estes eventos? A quem cabe a responsabilidade de atuar na prevenção e mitigação destes desastres?
Neste sentido, o presidente Lula tem participado de fóruns globais, como por exemplo o G20, justamente para que o Brasil retome o protagonismo internacional, discutindo temas relevantes ao País, como a crise ambiental global. Internamente, o atual governo tem atuado na busca de soluções para auxiliar no controle e assistência às populações que são vítimas de diferentes desastres naturais e tragédias humanitárias que ocorrem no País, como, por exemplo, a atuação em prol da vida e da dignidade na crise do território Yanomami, onde era cometido um genocídio em beneficio do garimpo ilegal. Da mesma forma, o governo e a população do RS têm recebido o apoio integral de diferentes setores do atual governo federal para o enfrentamento das consequências da enchente que ocorreu no centro-oeste gaúcho.
Nas democracias a eficácia dos governos é caraterizada quando o presidente da República é percebido, não pela sua presença física, mas sim pelo respeito, empatia e por meio de ações concretas de um trabalho qualificado dos servidores públicos articulados com os setores privados em prol dos que necessitam. É a eficácia do trabalho efetuado pela administração pública que faz a diferença. O Brasil está voltando à normalidade. No plano internacional, o País retoma o seu papel nos mais importantes fóruns globais, resgatando a credibilidade e a importância política. No âmbito interno, destacando apenas a economia, o atual governo, apesar de ter recebido como herança uma estrutura administrativa corroída pela incompetência e corrupção, apresenta, em apenas oito meses, indicadores positivos e muito superiores àqueles observados no passado recente, seja nas reduções das taxas de desemprego, inflação e juros como no aumento histórico do PIB.
Claro que se espera muito mais, afinal, a gestão passada foi tão ruim que não pode servir como parâmetro de comparação. Para crescermos e fortalecermo-nos como nação devemos evitar o terraplanismo, caracterizado no Brasil pelas fake news, apoio ao genocídio dos povos originários, perseguição às minorias em geral, rejeição à ciência, apreço pela ditadura, homenagens a torturadores e por fim, mas não por último, caracteriza-se também pelo atentado à República e a democracia que ocorreu em 8 de janeiro. Há muito para ser feito na reconstrução do País e de nosso estado, é preciso unirmo-nos, independente do ideal político e partidário, na valorização da democracia, justiça, liberdade, ciência, educação, saúde, inclusão social e crescimento econômico-social para todos.
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