Editorial
Educar muda o futuro do trânsito
Iniciadas ontem as atividades da Semana Nacional do Trânsito em Pelotas, com ações majoritariamente voltadas às crianças, esse é o tipo de ação que, via de regra, tem frutos garantidos. Virou até meme de internet falar que o Brasil dos anos 80 e 90 não tinha regras, quando se lembram de pessoas dançando seminuas ou batalhando por um sabonete em uma banheira ao meio dia em uma televisão. Pois bem, uma outra coisa que soa absurdo dessa época era o trânsito. Cinto de segurança era objeto raro de ser usado. Beber e dirigir era natural. Evoluímos para isso tudo se tornar absurdo e, muito disso, vem das ações educativas aplicadas nas escolas.
As crianças são replicadoras de conhecimento, via de regra. Um pai ou mãe ouvindo uma chamada de atenção do filho tende a parar e refletir sobre absurdos que está cometendo. Campanhas de conscientização também fazem seu papel com maestria. Ouvir, repetidamente, que não pode beber e dirigir, que não pode ficar sem cinto e tantas outras coisas ajudou, ao longo dos últimos anos, a reverter um tanto do cenário de carnificina que víamos nas estradas, especialmente nos finais de semana.
No entanto, surgiram novos desafios. Um deles é o celular. A paradinha para olhar se não chegou notificação nova no celular é ainda pior do que colocar o aparelho na orelha, afinal, desvia-se totalmente o foco da via. O leitor pode, na próxima vez que parar em um semáforo, olhar ao redor e ver quantos condutores estão dando aquela desbloqueadinha no telefone nos poucos segundos que têm. E, não raro, sequer notam que o sinal mudou de cor e já é hora de seguir caminho. Aí começam as buzinas e, não demora, xingamentos - outro problema grave do nosso trânsito, aliás, a (falta de) educação. Parar em pista dupla, não dar o pisca, ignorar faixa de pedestre… Se revertemos tantas outras situações, está na hora de pensar nessas também.
Agora é hora de pensar nas próximas gerações e em seu poder de influenciar as anteriores. Assim, em breve, além de termos futuros condutores com mais consciência, espera-se que familiares compreendam seu papel de ouvir e de dar exemplo aos pequenos. A sociedade - e a vida - agradecem.
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