Editorial
Fim da BR-116 em números
A notícia recente sobre a inclusão da duplicação dos sete lotes remanescentes da BR-116, entre Pelotas e Guaíba, no novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), traz promessas e expectativas de desenvolvimento para a Zona Sul. Mas carregava dúvidas: afinal, quanto seria aplicado nesta estrada? E quando? Foi o que a repórter Victoria Fonseca apurou e traz nesta edição do DP.
Os números são relevantes: um aporte total de R$ 484 milhões foi anunciado para viabilizar a conclusão da duplicação. Deste total, R$ 284 milhões devem ser aplicados na obra ainda em 2023. Uma boa notícia para uma região que anseia por uma rodovia mais segura e eficiente, capaz de impulsionar a economia local e a qualidade de vida dos seus habitantes. E o quanto antes. Já são mais de dez anos à espera disso.
O otimismo, no entanto, não pode servir para oba-oba. A importância da obra exige não somente a garantia dos recursos, mas também a divulgação de um cronograma claro e detalhado. Afinal, empreendimentos de tal magnitude têm o poder de impactar toda uma região, influenciando aspectos como logística, acesso a serviços e o próprio dinamismo econômico. E é só através desse acompanhamento da sociedade, dos gestores locais e da imprensa é que será possível cobrar que os repasses realmente cheguem e resultem na execução.
O mesmo vale para outros investimentos aguardados, como a viabilização de uma nova ponte entre Jaguarão e Rio Branco, orçada em aproximadamente R$ 200 milhões, e a ligação a seco entre Rio Grande e São José do Norte, cujo projeto executivo da ponte é estimado em R$ 50 milhões e embasará empreendimento futuro que pode beirar R$ 1 bilhão. Nesse cenário, a transparência e a governança rigorosa são cruciais para evitar atrasos e sobrecustos.
Nesta jornada rumo ao desenvolvimento regional e superação de pautas estruturais históricas, é essencial que o governo, a comunidade e os políticos permaneçam comprometidos com o sucesso destes projetos. A duplicação da BR-116 é uma promessa de progresso e conectividade, mas que depende de planos sólidos, recursos adequados e uma vigilância constante sobre cada etapa do processo. O futuro da Zona Sul está intrinsecamente vinculado à qualidade e à eficácia dessas obras. A expectativa é alta, e a responsabilidade é ainda maior.
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