No final de ano, nada mais natural do que parar e refletir sobre o passado e mirar o futuro. Ao olhar as edições do Diário Popular, nota-se que em 2023 o líder de um imaginário "ranking monotemático", de assuntos que se repetiram aos montes, é a questão climática. Foram textos e mais textos, com fotos e mais fotos, da tragédia de extremos que assolou o Estado inteiro e sentimos com força aqui na Zona Sul.

Um ano que começou com seca recorde, desenvolveu-se para ter enchentes e cheias históricas. Decretos de emergência ou calamidade por falta e excesso de chuvas em menos de meio ano! Tal situação não só acende um alerta, mas dispara sirenes e faz com que não apenas os gestores públicos, mas a sociedade em geral, passe a refletir na maneira como lida com o ambiente. A crise climática está aos 45 do segundo tempo e, ao mundo, resta dar tudo de si para tentar virar uma partida que estamos perdendo de forma gritante, mesmo tendo ferramentas tecnológicas para frear o aquecimento global, o desmatamento, diminuir o uso de combustíveis fósseis e outras tecnologias não-renováveis.

Pois bem, já que o clima é de final de ano, talvez haja esperança. A Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, chamada de COP28, aconteceu lá do outro lado do mundo, em Dubai. Pela nossa linha editorial de destacar prioritariamente temas de Pelotas e Zona Sul para depois olharmos para o resto, o DP pouco falou do assunto. No entanto, a COP28 é de extremo interesse nosso. Decisões tomadas e acordos firmados por lá, mesmo que muitas vezes ignorados no momento em que os líderes globais pegam seus jatinhos e voltam para casa, impactam e impactarão diretamente nas nossas vidas.

O principal acordo dessa edição da COP foi acelerar a transição energética de combustíveis. Ainda não é o decreto do fim dos de origem fóssil, mas é um sinal de que o mundo concorda que precisa mirar na energia limpa e a proposta é triplicar esse uso até 2030. Se o acordo vai ser cumprido ou não, só no futuro saberemos. Porém, no mesmo dia, em Pelotas foi inaugurado um eletroposto para abastecimento de veículos elétricos. No fim, tudo está um pouco interligado e espera-se que sejamos inteligentes para notar que o futuro espera um movimento nosso, hoje, para existir.