Rubens Amador
Medicamentos tarja preta
Por Rubens Amador
Jornalista
Sigmung Freud não se valia de nenhum medicamento para tratar dos problemas emocionais de seus pacientes. Era contra o uso de fármacos, embora, em certa época, tivesse ele mesmo consumido cocaína, que, em certo momento julgou que seria útil para aliviar o sofrimento das pessoas. Mas logo percebeu os efeitos secundários da droga, abandonou-a e não aconselhou mais ninguém a usá-la.
Felizmente, em tudo geralmente há progresso e os médicos de hoje, psicanalistas freudianos e não freudianos, receitam, pois concluíram que os fármacos são um poderoso auxílio no tratamento de praticamente quase todos os problemas de ordem emocional. Os medicamentos passaram a ser aliados importantes dos senhores profissionais desta área tão delicada quão importante para a felicidade das criaturas.
Os medicamentos tiveram um progresso enorme. Oferecem determinada serenidade às pessoas, graças ao que a medicina passou a usá-los e, então, se pôde determinar aqueles que causavam efeitos secundários não recomendáveis. Nos dias de hoje há notáveis medicamentos de tarja preta, marca que estabelece um necessário controle, pois tais remédios só podem e devem ser recomendados por profissionais experimentados, que os receitam conhecendo as capacidades de cada indivíduo.
Evidente que só medicamentos não completam o tratamento de certas pessoas, é preciso que sejam escutadas em suas angústias e, junto com o profissional especializado, examinem esses problemas, às vezes cruciais, na origem das formulações que cada indivíduo faz nas suas vivências mentais. Os medicamentos vieram completar a psicanálise e os procedimentos psicológicos em geral, acredito.
Penso que nós, basicamente, somos todos neuróticos. Só os excepcionais escapam desse patamar. A nossa finitude é, no meu entender, uma das causas básicas de nossa fragilidade. O medo do desconhecido é inerente à criatura humana, penso, devido à certeza de que, com a evolução natural de nossa mente, somos obrigados a aceitar que um dia teremos de partir. Isto está impresso em nosso Id. Essa partida é que, para quem não crê em Deus, é causa de um temor maior que, junto a emoções outras, fazem com que, de maneira geral, sejamos todos neuróticos. Ser neurótico não é necessariamente uma definição de doença. Penso que a neurose é, antes de mais nada, uma perturbação mental que não compromete as funções essenciais da personalidade, mas que o indivíduo mantém penosa consciência do seu estado.
O que me parece certo é que deste estado generalizado entre as pessoas é que vai determinar certos estágios que avançam o sinal e chegam às patologias, quando o indivíduo perde a noção de sua realidade e passa a assumir atitudes que o levam a procedimentos que só o prejudicam e fazem sofrer.
Não tema os “tarjas pretas”, eles foram criados pela evolução da medicina para ajudar as pessoas, por isto fazem parte do arsenal médico de hoje.
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