Opinião
O ESG vai revolucionar a região sul
Por Marcelo Dutra da Silva
Ecólogo e professor da FURG
[email protected]Está acontecendo e por onde passo sempre tem alguém que pergunta “o que é esse tal de ESG?”, a sigla de apenas três letras que está revolucionando o ambiente de negócios. O ESG, do inglês Environmental, Social and corporate Governance é o grande tema do momento e veio para ficar. E o que estamos presenciando é o começo de uma profunda mudança que está por vir na forma como nos comportamos, enquanto consumidores, empresários e gestores da administração pública, quanto ao uso dos recursos naturais, relações humanas e responsabilidades mútuas com o futuro das próximas gerações.
O ESG é uma sigla poderosa, que remete as boas práticas de responsabilidade socioambiental e metas de sustentabilidade que empresas - e organizações públicas - adotam para reduzir riscos. O que parecia ser algo exclusivo dos grandes começa a ganhar importância entre os menores e entra no radar de negócios das médias e pequenas empresas. Isso porque parte da cadeia de relacionamento é formada por empresas de diferentes tamanhos e os princípios ESG adotados pelos maiores exigem que os parceiros de negócio também sigam as boas práticas de interesse social e ambiental. E este é o ponto!
A sustentabilidade do ambiente de negócios começa fazer sentido quando as atenções do mercado se voltam para o risco financeiro das empresas, na perspectiva dos fatores que podem afetar a integridade do negócio de forma significativa, como: mudanças climáticas, origem da matéria prima, segurança no ambiente de trabalho, imagem e reputação, compliance, além de toda sorte de certificações, selos e objetivos para o desenvolvimento sustentável adotados pelas empresas e organização para afastar estes riscos, as famosas ODSs da ONU.
E se por um lado o mercado está sinalizando um novo comportamento, em parte orientado por diretrizes e normas para financiamentos, empréstimos e seguros bancários, também porque empresas estão correndo para se adaptar, o mais rápido possível, para não ficarem para trás. Em algumas, mais organizadas em sua estratégia, já é possível perceber que a demanda por profissionais habilitados ao emprego verde do ESG está aumentando, inclusive por aqui. Ofertas são anunciadas todos os dias e eventualmente nos deparamos com alguma nova oportunidade surgindo nas empresas da região. Vagas focadas na execução das boas práticas e indicadores da gestão responsável.
Em junho do ano passado, no workshop sobre ESG & Sustentabilidade, que realizamos no Pelotas Parque Tecnológico, tivemos a oportunidade de conhecer a experiência de muitas empresas conhecidas da nossa região que já estão fortemente inseridas no mercado responsável das melhores práticas ESG. Empresas de diferentes segmentos e tamanhos, que em passo acelerado vêm amadurecendo seus procedimentos e práticas adotadas. Empresas que compõem o agronegócio, a construção civil, o sistema financeiro, o berço da inovação e startups... Uma experiência que ficou registrada nas páginas da nossa primeira revista especializada no tema, a Painel ESG & Sustentabilidade, publicada em dezembro, nos últimos dias do ano.
A publicação é uma produção independente que rapidamente ganhou novos parceiros. Será a nossa plataforma de divulgação das práticas ESG regionais, nossa leitura do mercado responsável que nos rodeia, que vai emoldurar nossas ações e iniciativas de expansão da cultura ESG. Temos também um fórum nacional de debates que reúne quase mil membros, um laboratório de desenvolvimento ESG na FURG, projetos em espera e uma extensa programação de iniciativas, entre elas, a próxima edição do workshop, agendado para os dias 27 e 28 de junho. Que este seja o ano do ESG. Feliz 2024!
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