Editorial
O futuro está nas águas
O assinante do DP recebeu, no último fim de semana, a quarta edição da nossa Revista DP. Apesar da temática bastante voltada às festas de fim de ano e ao verão, a edição abre com uma entrevista feita pelo repórter Douglas Dutra com o capitão aposentado da Marinha uruguaia, Juan José Mazzeo. A conversa entre repórter e militar, que durou algumas horas diante da mesa de uma doceria no Mercado Central, foi resumida em três páginas e, nela, o estrangeiro descreve toda sua visão sobre Pelotas como uma espécie de capital da Integração do Mercosul. A ideia dele, inclusive, virou livro, que está sendo traduzido para o português.
Na terceira página da conversa, Mazzeo descreve sobre o uso da bacia da Lagoa Mirim como alavancador do processo que facilitaria uma parceria econômica e cultural entre os municípios da Zona Sul, uruguaios e argentinos, pelas semelhanças geográficas e comportamentais entre nossos povos. Por Pelotas ser uma espécie de capital informal da nossa região, ele diz que ainda é necessário uma mudança intelectual para a cidade perceber sua capacidade de liderar esse processo.
Para muitos, as ideias de Mazzeo podem soar utópicas, especialmente as culturais. No entanto, pela ótica econômica, já é visível, há algum tempo, que pelas nossas águas passa boa parte da economia, não só da região, mas do País. Paralelamente, os portos gaúchos vêm crescendo semestre a semestre, tanto em movimentação quanto em estrutura. Em paralelo a isso, o governo federal também parece notar essa importância, com o processo de dragagem da hidrovia da Lagoa Mirim em fase avançada, devendo sair do papel em 2024.
E, indo além das águas, enfim a duplicação da BR-116, parece que enfim vai acontecer de vez, após esforços coletivos das lideranças locais ao longo de mais de uma década batendo na porta de quatro presidentes da República. Isso é fundamental para ajudar o escoamento das produções para os portos de Pelotas e Rio Grande, os dois principais do Estado, e, a partir daí, utilizar-se desse potencial hidroviário.
Historicamente a Zona Sul se ressente por seu atraso e, muitas vezes, esquecimento em relação a outras regiões do Estado. Parece que agora, enfim, usaremos o nosso grande diferencial em relação a eles para alavancar o nosso crescimento.
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