Editorial

O que saberíamos sem o jornalismo

Você, que agora folheia sua edição deste Jornal ou o lê através do site, na tela do computador, tablet ou smartphone, faça o seguinte exercício de reflexão: pense sobre o quanto saberia da sua cidade, do Estado, do País se não tivesse acesso a relatos jornalísticos profissionais. O que ficaria sabendo sobre o que acontece na Câmara de Vereadores e no Congresso Nacional? Que informações teria sobre o Xavante, o Lobo, a dupla Gre-Nal ou a Seleção? Que dimensão teria da pobreza e potenciais do seu bairro ou de regiões que enfrentam crises humanitárias e guerras?

Podem parecer questões banais, mas provavelmente você não tenha o costume de pensar sobre elas. E é natural. Afinal de contas, notícias são tão presentes em nosso cotidiano, com acesso cada vez mais facilitado, que sequer há tempo para pensar sobre a origem do que consumimos. Lemos, absorvemos e nos apropriamos das informações para estabelecer compreensão sobre os temas e exercer juízo de valor. Contudo, é por este contexto de avalanche de informações ao qual cada cidadão é exposto que se faz necessária análise sobre a origem do conteúdo e sua relevância.

Não se pode negar que basta um celular com aplicativos de mensagens e redes sociais para que se passe a receber muito conteúdo. Todavia, a imensa maioria do que circula sequer tem fonte explícita. A imagem chocante de um bandido à solta (supostamente) no seu bairro pode ter sido captada, na verdade, há meses em outra cidade de um estado distante. Se você tem a sorte de nunca receber algo assim, acredite, é comum e muita gente leva a sério. A “verdade que não querem que você saiba” sobre um(a) político(a) local, do Estado ou do País geralmente não passa de mentira em busca de cliques e compartilhamentos. Lucro para quem produz e usa o dinheiro com fins escusos.

Ao fim do dia, porém, se você filtrar o que acessou de informações, o que de fato soube de relevante, confiável e capaz de impactar sua vida com relação à sua cidade, seu time, política, segurança pública, economia? E de onde saíram essas notícias? Feita essa observação, certamente haverá a conclusão de que as notícias de maior valor tiveram como fonte o jornalismo. Veículos de imprensa e profissionais que têm métodos e padrões a seguir na produção objetiva de conteúdo. E, quando erram, o fazem não por inexistência de tais princípios, mas por falhas pontuais em segui-los e executa-los. Eles existem, estão na raiz da atividade de um jornal e seus repórteres, que ao perceberem e serem cobrados por alguma inobservância, estão abertos à crítica, revisão e correção de procedimentos. Tudo para que você saiba, sempre, o que é importante de verdade.

Sem o jornalismo, o que saberíamos sobre o que é fundamental no nosso dia a dia?​

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