A edição desta segunda-feira (13) do Diário Popular traz uma entrevista concedida pela secretária de Saúde de Pelotas, Roberta Paganini, à repórter Cíntia Piegas e ao editor Vinicius Peraça. Durante pouco mais de uma hora, a responsável por uma das principais áreas da administração municipal, aquela sobre a qual costumam recair cobranças constantes em qualquer esfera administrativa, respondeu perguntas e falou sobre pontos que considera desafios da sua gestão. Neste momento, falou sobretudo sobre a imensa fila de cirurgias eletivas que se acumula, da falta de interesse de hospitais da cidade com atendimento pelo SUS em aderir ao programa federal de realização destes procedimentos represados e, ainda, do persistente déficit de médicos na rede pública do Município. Os principais pontos da conversa, esclarecedora em muitos aspectos, podem ser conferidos nas páginas 8 e 9.

Diferentemente de outros tempos, entrevistas com secretários e outros representantes do poder público de Pelotas têm sido cada vez mais raras. Não por falta de questões a serem feitas ou por desinteresse dos jornalistas. Referindo-se especificamente ao nosso caso, do DP, bem pelo contrário. Por se tratar de um veículo cuja cobertura noticiosa tem forte caráter comunitário, permanentemente pautado pelo interesse e provocações dos seus leitores, o Jornal sempre traz em suas páginas reportagens sobre temas do dia a dia da cidade. E isso envolve problemas e soluções, reclamações e avanços. Logo, assuntos que dialogam diretamente com a administração municipal. No entanto, falta o contato direto da reportagem com as fontes da gestão com maior frequência.

É preciso reconhecer o ótimo trabalho feito pela assessoria de comunicação da Prefeitura. Com uma equipe ágil e profissional, o setor dificilmente deixa de informar sobre o que acontece na cidade e mais dificilmente ainda deixa de responder a algum contato feito pela imprensa. Inclusive emitindo posicionamentos do secretariado e demais membros do governo sobre os temas levantados pelos repórteres. Contudo, como bem lembrou a própria secretária de Saúde ao falar com o DP, é preciso contato direto e frequente entre fontes e jornalistas. Afinal de contas, de um lado está quem faz a gestão e deve explicações e, do outro, aqueles profissionais que fazem as perguntas dos cidadãos e levam a eles as informações. Ela, Roberta, inclusive, se comprometeu a falar mais com a imprensa.

Certamente a população sempre será a maior beneficiada quando o poder público e seus representantes _ todos_ mostrarem-se acessíveis, abertos aos questionamentos e a usarem as oportunidades de falar à imprensa para também mostrarem o que pode e está sendo feito para melhorar a vida na cidade. O diálogo aberto e constante sempre é o melhor caminho. O cidadão merece. O leitor agradece.