Editorial
Precisava ser só com pressão?
Durante a tarde de terça-feira, uma equipe do DP passou a tarde com o casal de idosos Laziro Machado Conceição, de apelido Tenente, 75, e Zoaldina Silveira Faria, a Diná, 69, na Estrada do Abolengo. O casal era o único da localidade ainda sem luz, após duas semanas do ciclone. Seus vizinhos tiveram o fornecimento reestabelecido na sexta-feira. Pela situação, que beirava a desumanidade, já que dona Diná ainda precisa de insulina, que por sua vez, precisa de refrigeração, a história chamou atenção, repercutindo nas redes sociais.
Como por um passe de mágica, poucas horas após a equipe do DP contactar a assessoria da CEEE Equatorial, o fornecimento foi retomado. Mesmo com a chuva e temporais da noite de terça, pós 22h os técnicos foram ao local, trabalharam e rapidamente corrigiram o problema do poste que fazia eles serem os únicos restando no escuro. Curiosamente, haviam ido lá quatro vezes e a resposta era sempre a mesma: é serviço para outra equipe. Coincidência ou não, os profissionais certos só foram lá resolver o problema após pressão da imprensa. Mesmo durante outro alerta de ciclone, não houve impeditivos.
Foi pressão, também, que fez a energia dos seus vizinhos ser retomada na sexta-feira. Ali, eram dez dias sem luz, quando os moradores trancaram a mesma Estrada do Abolengo em protesto, também acompanhado pela reportagem do DP. Pode, de novo, ter sido coincidência, mas levou poucas horas entre o contato com a assessoria de imprensa e a solução do problema.
Resta a pergunta que dá o título para este Editorial: precisava ser só com pressão? Foram diversos outros movimentos, de múltiplos veículos de imprensa, de praticamente todos os agentes políticos e incontáveis grupos de cidadãos protestando. A chegada do ciclone foi avisada. Os estragos foram amplamente divulgados. A necessidade de solução para os perrengues causados gritava. Que, a partir de agora, os fatores causadores destes problemas sejam identificados, respostas sejam dadas e ações para evitar repetição sejam tomadas, porque são necessárias, não porque pressão foi feita.
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