Editorial

Prioridade(s)

Há quem diga que a palavra prioridade não deveria ter plural, já que, se for mais de uma, deixa de ser prioridade. No entanto, após tudo o que vivemos neste mês de setembro, é impossível fazer uma ação por vez. Ontem, atividades de limpeza já tomaram conta das regiões de praias de Pelotas, enquanto assistência social acolhe quem ainda precisa de ajuda e setores que lidam com estrutura vêm buscando reconstruir estradas e pontes na Zona Sul e as vias, então, nem se falam. Tudo isso vem sendo abordado nos últimos dias pelo Diário Popular que, por mais que se queira trazer sempre um conteúdo variado aos leitores, acaba-se indo atrás das diversas nuances que uma situação tão atípica quanto a que estamos vivendo.
Porém, um tema que se destaca, e talvez tenha que ser a prioridade prioritária (sic), é a educação. A edição do Jornal que chega hoje é a terceira em sequência que traz problemas estruturais em escolas. Ontem, noticiamos que eram mais de 50 educandários da Zona Sul com suas rotinas afetadas. Por mais que alguns consigam dar aula à distância com auxílio das tecnologias, sabe-se que não é a mesma coisa. E as imagens da escola municipal Piratinino de Almeida na edição de quarta e da escola estadual Félix da Cunha hoje expõem a fragilidade com que essas edificações recebem nossas crianças.
Após um período de praticamente dois anos fora da sala de aula em razão da pandemia e mais um com formato híbrido, 2023 deveria ser o ano em que, enfim, tudo seria normal. No entanto, não é o que vemos. São constantes as situações trazidas pela imprensa e, por vezes, pelas próprias comunidades via redes sociais, de espaços completamente inaptos para lecionar. Outro caso gritante que o leitor já está acostumado é o da Escola Municipal Núcleo Habitacional Getúlio Vargas. Por lá, já se vão três meses sem aulas e, com otimismo, espera-se que agora em outubro comecei as aulas, mas dentro de contêineres.
Não existe, e talvez nunca tenha existido, um governo que não diga que educação de crianças e adolescentes é prioridade. No entanto, a realidade mostra que, na prática, isso é cada vez mais raro. Agora, há que se cobrar que a redundante prioridade prioritária seja, de fato, estrutura decente para receber os alunos. É o mínimo que se espera após tanto tempo perdido.


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