Editorial

Repeteco

Nem um ano se passou desde a bizarríssima reunião entre lideranças locais, incluindo o governador Eduardo Leite (PSDB) e o presidente da CEEE Equatorial no aeroporto de Pelotas, em que os visitantes sequer entraram no Município: passaram apenas em uma sala do terminal, conversaram com prefeitos e foram embora, sem sequer dar uma olhada nos estragos e transtornos por aqui. Naquela situação, os jornalistas da região não puderam acompanhar a conversa. Isso foi em julho.

Oito meses e alguns dias depois e a situação se repete, mudando apenas os detalhes. É outro gestor da Equatorial e a reunião foi no gabinete do deputado Daniel Trzeciak (PSDB). Dessa vez, a imprensa foi convidada a comparecer pela Associação dos Municípios da Zona Sul (Azonasul) e por lá compareceram três veículos: Diário Popular, representado pela repórter Victoria Fonseca e o fotojornalista Jô Folha, Tradição Regional e RBS TV. No entanto, a surpresa foi que, na hora do encontro, às 11h da manhã de ontem, ninguém pôde entrar. A resposta, via assessoria de imprensa, foi de que a Equatorial pediu sigilo.

A Equatorial, naturalmente, está no seu papel de se encolher. Jornalistas têm como função causar incômodo, especialmente em quem é incompetente na prestação de um serviço público a ponto de deixar uma região sofrer três apagões em um período de oito meses e meio. Certamente os repórteres fariam questionamentos, iriam expor as desculpas, muito provavelmente esfarrapadas, e ficaria ainda mais feio.

No entanto, surpreende as lideranças locais aceitarem isso. Não é a primeira nem a segunda vez que a Zona Sul sofre pela falta de qualidade do serviço prestado pela concessionária de energia elétrica. Ontem fechava duas semanas sem luz em alguns pontos. Com a chuva tranquila de quarta-feira alguns locais já ficaram no escuro também. Se perdeu totalmente a confiança no serviço prestado. E, inacreditavelmente, os prefeitos ainda cedem aos caprichos da concessionária.

A imprensa da Zona Sul serve aos interesses coletivos do seu povo, como deveriam fazer também os prefeitos e demais lideranças políticas, sociais e empresariais daqui. Infelizmente, mais uma vez fizeram o papel de deixar com que uma situação de extrema importância passasse sem qualquer questionamento de quem existe para questionar.​

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