Editorial
Seguramente, uma conquista
Em geral, notícias que envolvem o tema segurança pública são dominadas por reportagens sobre assaltos, furtos, roubos, agressões contra mulheres e feminicídios, assassinatos. E isso não ocorre à toa. Lamentável e historicamente, o Brasil é um lugar violento e de onde se consegue tirar cada vez mais raros bons cases na área da segurança. E é por conta desse contexto que Pelotas têm o que celebrar.
Embora, possivelmente, se questionados em uma ampla pesquisa sobre o tema, a maioria dos pelotense não venha a afirmar que sente-se plenamente segura, a realidade vivida pela cidade nos dias atuais é inegavelmente bastante distinta daquela enfrentada alguns anos atrás. Os indicadores apontam neste sentido. Basta recordar, principalmente, o número absurdo de mortes violentas registradas em 2017, quando 120 pessoas foram vítimas de homicídios, feminicídios, latrocínios ou outras ocorrências que acabaram por tirar vidas. De lá para cá, considerando dados consolidados anuais, são 81% de queda nesse indicador.
O avanço na segurança pública pelotense foi o responsável por colocar a cidade na semana passada em ranking impensável há sete anos: o de município mais seguro do Estado e quarto mais seguro do País entre os que possuem mais de cem mil habitantes. O levantamento do Ministério da Saúde e do IBGE se baseia apenas nos homicídios, desconsiderando outros indicadores em que Pelotas mescla reduções e altas em 2023, por exemplo. Contudo, dentre todos os crimes, se há prioridade a alguns tipos no enfrentamento, estes devem ser os que atentam contra a vida, justamente no que a cidade tem tido maior destaque.
No momento atual a conquista de Pelotas pode soar até como algo esperado, natural diante dos investimentos e ações no Pacto Pela Paz. entretanto, é preciso relembrar que há seis anos a decisão tomada pela gestão municipal de chamar a responsabilidade no enfrentamento à violência era algo incomum. Arriscado, até. O "padrão" entre as cidades era o de apenas cobrar os governos estaduais por suas responsabilidades na segurança pública. No que, é preciso que se diga, não deixam de ter razão, já que na divisão de tarefas estabelecida constitucionalmente, os Estados são os detentores desta tarefa. Contudo, frente a um problema que impacta tanto no cotidiano dos cidadãos, torna-se impossível que municípios fechem os olhos e deem de ombros à insegurança.
Pelotas agiu e, hoje, colhe frutos. Não só com policiamento e combate ao crime, mas apostando acertadamente em políticas de prevenção, educação, inclusão. O que leva a crer que tais resultados positivos possam ser não só momentâneos, boas posições em rankings por um ou dois anos. Indicam que a cidade tem segurança também de que este é o melhor caminho a ser seguido. Ou, pelo menos, o caminho que pode e tem dado os mais relevantes resultados.
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